A hemorragia subaracnóidea espontânea é responsável por cerca de 5 a 10% de todos os acidentes vasculares cerebrais, com uma incidência mundial de 10,5 / 100000 pessoas/ano, variando em estudos individuais de 1,1 a 96 / 100000 pessoas / ano, de acordo com diferenças étnicas e geográficas. Estudos angiográficos e de necropsia sugerem que a presença de aneurismas intracranianos ocorre em 0,5-5% da população mundial. De acordo com estatísticas norte-americanas, ocorrem cerca de 30000 rupturas de aneurisma cerebral por ano naquele país, com conseqüências desastrosas para grande parte dos pacientes: cerca de 60% morrem ou permanecem com seqüelas neurológicas graves. Relatamos a experiência do nosso serviço num período de seis anos no tratamento dos aneurismas intracranianos em Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram revistos os prontuários e descrições de cirurgia de todos os pacientes operados para tratamento de aneurismas intracranianos no período de janeiro de 1997 a janeiro de 2003. Quatrocentos e setenta e sete pacientes foram submetidos a 525 procedimentos cirúrgicos para tratamento de 630 aneurismas. A maior parte dos pacientes era do sexo feminino, na quarta e quinta décadas de vida. Aneurismas de circulação anterior foram mais freqüentes, e a localização mais comum foi a artéria cerebral média. O período de seguimento dos pacientes variou de um mês a 5 anos. A avaliação do resultado foi feita de acordo com a "Glasgow Outcome Scale" (GOS) por ocasião da alta hospitalar, com 296 pacientes em GOS 5 (62,1%), 66 (13,9%) em GOS 4, 49 (8,7%) em GOS 3, 8 (1,7%) em GOS 2 e 70 (14,8%) em GOS 1.
Spontaneous subarachnoid hemorrhage accounts for 5 to 10 % of all strokes, with a worldwide incidence of 10.5 / 100000 person/year, varying in individual reports from 1.1 to 96 /100000 person/year. Angiographic and autopsy studies suggest that between 0.5% and 5% of the population have intracranial aneurysms. Approximately 30000 people suffer aneurysmal subarachnoid hemorrhage in the United States each year, and 60% die or are left permanently disabled. We report our experience in the surgical treatment of intracranial aneurysms in a six year period, in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. We reviewed the hospital files, surgical and out-patient notes of all patients operated on for the treatment of intracranial aneurysms from January 1997 to January 2003. Four hundred and seventy-seven patients were submitted to 525 craniotomies for treatment of 630 intracranial aneurysms. The majority of patients were female (72.1%) in the fourth or fifth decade of life. Anterior circulation aneurysms were more common (94.4%). The most common location for the aneurysm was the middle cerebral artery bifurcation. The patients were followed by a period from 1 month to 5 years. The outcome was measured by the Glasgow Outcome Scale (GOS). At discharge, 62.1% of the patients were classified as GOS 5, 13.9% as GOS 4, 8.7% as GOS 3, 1.7% as GOS 2 and 14.8% as GOS 1.