INTRODUÇÃO: A polifarmácia é um problema importante no atendimento do idoso, sendo os pacientes em instituições de longa permanência (ILPs) aqueles com riscos aumentados, por apresentarem muitas doenças limitantes, fragilidade e baixa funcionalidade. Objetiva-se então, com o presente estudo, avaliar os fatores associados à presença de polifarmácia em pacientes idosos internados em instituição de longa permanência. METODOLOGIA: Realizado estudo transversal, retrospectivo, por meio de análise de prontuários de todos os pacientes acima de 60 anos institucionalizados em ILP pública de grande porte. Elaborou-se protocolo constituído de dados sócio-demográficos, número e tipos de doenças, número de medicamentos, grupos de fármacos, dependência funcional e tempo de institucionalização. Na análise estatística, esses fatores foram relacionados com a presença ou não de polifarmácia. RESULTADOS: A casuística final constituiu-se de 209 pacientes; 73,2% mulheres, idade média de 75,9 anos e tempo de institucionalização médio de 95,3 meses. Principais doenças encontradas: hipertensão arterial sistêmica (HAS) em 67,9% do total, síndromes demenciais em 36,8% e sequelas de trauma crânio-encefálico ou acidente vascular cerebral (TCE ou AVC) em 33,9%. No presente estudo, os fatores relacionados à polifarmácia em institucionalizados foram: ausência de déficit cognitivo (OR=3,61 - IC: 1,96-6,65); consumo de medicamentos cardiovasculares (OR=0,22 - IC: 0,11-0,44), uso de medicamentos gastrointestinais e metabolismo (OR=0,38 - IC: 0,21-0,67); número de diagnósticos acima de 5 (OR=1,90 - IC: 1,08-3,33); tempo de institucionalização entre 12 e 23 meses (OR:0,32 - IC: 0,11-0,91) e maior dependência funcional pela escala de Katz (OR: 1,90 - IC:1,07-3,22). Não houve relação com idade, sexo, uso de medicamentos psiquiátricos e diagnóstico de sequela de AVC ou TCE. CONCLUSÃO: Conclui-se que institucionalizados possuem aspectos diferentes de idosos ambulatoriais ou de comunidade, havendo maior importância de fatores relacionados à funcionalidade e ao tempo de institucionalização do que com idade e sexo.
INTRODUCTION: Polypharmacy is an important issue in the elderly care. The ones under institutionalization have higher risks, due to their comorbidities, frailty and dependency. This study aims to evaluate the factors associated with polypharmacy in institutionalized elderly. METHODS: A retrospective, crosssectional study was carried out. All medical charts of patients aged 60 years old or more in a huge public nursing home were evaluated. A protocol containing socio-demographic data, number and types of diseases, number of drugs, types of drugs, functional status and time of institutionalization were analyzed. Through statistical analysis, these factors were linked or not to polypharmacy. RESULTS: The final sample comprised 209 patients, 73.2% women, average age of 75.9 years and with an institutionalized time of 95.3 months. The most prevalent diseases were: arterial hypertension - 67.9%, dementia - 36.8% and stroke or head trauma sequelae - 33.9%. In this study, the associated factors related to polypharmacy in nursing home residents were: lack of cognitive deficit, (OR=3,61 - IC: 1,96-6,65), use of cardiovascular drugs (OR=0,22 - IC: 0,11-0,44), use of gastrointestinal and metabolic drugs(OR=0,38 - IC: 0,21-0,67), five or more diagnosis (OR=1,90 - IC: 1,08-3,33), institutionalized time between 12 and 23 months (OR:0,32 - IC: 0,11- 0,91) and greater dependency in Katz scale (OR: 1,90 - IC:1,07-3,22). There were no relationship with age, sex, psychiatric drugs and diagnosis of stroke or head trauma sequelae. CONCLUSION: It follows that institutionalized elderly have different aspects as compared to outpatients or community, with major factors related to functionality and time of institutionalization than to age and sex.