Resumo Biomateriais inovadores podem fornecer uma promissora nova direção para o tratamento de defeitos ósseos, estimulando um processo de reparo adequado, sem danos aos tecidos adjacentes. O objetivo deste estudo in vivo foi avaliar a biocompatibilidade e a capacidade osteoindutora de uma biomembrana e um scaffold compostos por colágeno e quitosana, contendo cimento de aluminato de cálcio. Dezoito coelhos (New Zealand White, Oryctolagus cuniculus) foram distribuídos de acordo com os períodos experimentais de análise (7, 15 e 30 dias). Quatro defeitos foram criados na calvaria dos coelhos, que foram individualmente preenchidos com a biomembrana, scaffold, coágulo (controle negativo) e osso autólogo (controle positivo). A avaliação histopatológica foi realizada em microscópio óptico em aumentos de 32´, 64´, 125´ e 320´. A resposta celular à inflamação e à formação de novo tecido ósseo foi quantificada utilizando um sistema de escore. O grupo da biomembrana apresentou maior resposta inflamatória no período de 15 dias, com diferença significativa para o grupo do osso autólogo (p<0,05). Não houve diferença estatística significante para a reação do tipo corpo estranho entre os grupos (p>0,05). Em relação à neoformação óssea, observou-se fechamento linear da área do defeito, que foi mais evidente no grupo em que se utilizou o osso autólogo. O grupo scaffold apresentou resultados semelhantes ao grupo do osso autólogo no período de 30 dias (p>0,05). Ambos os biomateriais testados apresentaram biocompatibilidade similar em comparação com os grupos controle. Além disso, a biomembrana e o scaffold apresentaram capacidade osteoindutora similar, estimulando o reparo ósseo ao longo dos intervalos de tempo experimentais.
Abstract Innovative biomaterials can provide a promising new direction for the treatment of bone defects, stimulating a proper repair process, with no damage to adjacent tissues. The purpose of this in vivo study was to evaluate the biocompatibility and the osteoinductive capacity of chitosan-collagen biomembrane and scaffold containing calcium aluminate cement. Eighteen New Zealand white rabbits (Oryctolagus cuniculus) were distributed according to the experimental times of analysis (7, 15 and 30 days). Four bone defects were created in the rabbits calvaria, which were individually filled with the biomembrane, scaffold, blood clot (negative control) and autologous bone (positive control). Histopathological analysis was performed using optical microscope at 32´, 64´, 125´ and 320´ magnifications. Cell response to inflammation and new bone tissue formation was quantified using a score system. The biomembrane group presented greater inflammatory response at 15 days, with significant difference to autologous bone group (p<0.05). There was no statistically significant difference for foreign body type reaction among groups (p>0.05). Concerning new bone formation, linear closure of the defect area was observed more evidently in the group with autologous bone. The scaffold group presented similar results compared with the autologous bone group at 30 days (p>0.05). Both tested biomaterials presented similar biocompatibility compared with the control groups. In addition, the biomembrane and scaffold presented similar osteoinductive capacity, stimulating bone repair process in the course of the experimental time intervals.