JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:Dados epidemiológicos sobre dor crônica, em diferentes populações, são escassos no Brasil. O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de dor neuropática e possíveis fatores associados em pacientes portadores de diabetes tipo 2, de um serviço universitário.MÉTODOS:Realizou-se estudo transversal com indivíduos atendidos entre março de 2010 e março de 2011, no Ambulatório Médico de Especialidades da Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, SC, com entrevistas para identificação das variáveis sócio-demográficas de idade, gênero e tempo de diagnóstico do diabetes mellitus e aplicação de instrumentos para mensuração de dor neuropática, depressão, glicemia e adesão aos fármacos.RESULTADOS:Foram entrevistados 72 sujeitos, sendo 69,4% do gênero feminino, 15,3% apresentavam níveis glicêmicos controlados no momento da entrevista, 90,3% eram aderentes ao tratamento e 33,3% apresentavam sintomas de depressão. A prevalência de dor neuropática foi de 16,7% e esta se associou com o tempo de diagnóstico do diabetes mellitus 2 (p=0,031).CONCLUSÃO:A prevalência de dor neuropática foi semelhante à observada em outras localidades do país, e sugere-se melhor acompanhamento da população estudada quanto à depressão e a adesão aos fármacos para tratamento do diabetes. Descritores: Complicações do diabetes, Diabetes mellitus, Dor crônica, Neuropatias diabéticas.
BACKGROUND AND OBJECTIVES:Epidemiological data on chronic pain in different populations are scarce in Brazil. This study aimed at investigating the prevalence of neuropathic pain and possible associated factors in diabetes type 2 patients, of a teaching center.METHODS:This was a transversal study with individuals seen between March 2010 and March 2011, in the Medical Outpatient Setting of Specialties, University of Southern Santa Catarina, Tubarão, SC, with interviews to identify socio-demographic variables of age, gender and time elapsed after diagnosis of diabetes mellitus and application of tools to measure neuropathic pain, depression, glycemia and adhesion to treatment.RESULTS:Participated in the study 72 subjects, being 69.4% females, 15.3% with controlled glycemia levels at the moment of the interview, 90.3% were adherent to treatment and 33.3% had depressive symptoms. The prevalence of neuropathic pain was 16.7% and this was associated to time of diabetes mellitus 2 (p=0.031).CONCLUSION:The prevalence of neuropathic pain was similar to that observed in other places of the country and we suggest better follow up of the studied population with regard to depression and adhesion to medication to treat diabetes.