Resumo Objetivo: Determinar a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares entre 10 e 16 anos e sua associação com fatores alimentares e comportamentais. Métodos: Este é um estudo transversal, que avaliou 505 escolares através de questionário estruturado e dados de antropometria. Para a análise dos dados foram utilizados o Teste T para amostras independentes e o Teste de Mann-Whitney para comparação de médias e medianas, respectivamente, e o Teste do Chi2 para proporções. A Razão de Prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança a 95% foi empregado como estimador de associação e regressão logística múltipla para ajustamento por fatores de confusão. Em todas as análises, considerou-se um nível de significância de 5%. Resultados: Observou-se excesso de peso em 30,9% dos escolares: 18,2% de sobrepeso e 12,7% de obesidade. Não se observou associação entre as alterações de peso e hábitos alimentares/comportamentais nas análises bivariadas e multivariadas. Entretanto, foram encontradas associações quanto ao sexo. Consumir doces [RP=0,75 (0,64-0,88)] e refrigerantes diariamente [RP=0,82 (0,70-0,97)] foram hábitos relatados por 273 (54,1%) crianças, menos frequentemente pelos meninos. Almoçar diariamente foi hábito discretamente mais observado entre os meninos [RP 1,11 (1,02-1,22)]. Praticar atividade física (≥3 vezes/semana) foi mais referido pelos meninos e as medidas de associação revelaram duas vezes mais atividade física nesse grupo [RP=2,04 (1,56-2,67)], quando comparado com o das meninas. Cerca de 30% dos meninos e 40% das meninas disseram não realizar atividades com gasto de energia nos períodos livres, sendo os meninos 32% menos ociosos do que as meninas [RP=0,68 (0,60-0,76)]. Conclusões: Observou-se alta prevalência tanto de sobrepeso e obesidade quanto de hábitos pouco saudáveis na população estudada, independentemente da presença de alterações do peso. Estratégias de promoção da saúde nas escolas devem ser estimuladas, no sentido de se incentivar hábitos e comportamentos saudáveis entre todos os estudantes.
Abstract Objective: To determine the prevalence of overweight and obesity in schoolchildren aged 10 to 16 years and its association with dietary and behavioral factors. Methods: Cross-sectional study that evaluated 505 adolescents using a structured questionnaire and anthropometric data. The data was analyzed through the T Test for independent samples and Mann-Whitney Test to compare means and medians, respectively, and Chi2 Test for proportions. Prevalence ratio (RP) and the 95% confidence interval was used to estimate the degree of association between variables. The logistic regression was employed to adjust the estimates to confounding factors. The significance level of 5% was considered for all analysis. Results: Excess weight was observed in 30.9% of the schoolchildren: 18.2% of overweight and 12.7% of obesity. There was no association between weight alterations and dietary/behavioral habits in the bivariate and multivariate analyses. However, associations were observed in relation to gender. Daily consumption of sweets [PR=0.75 (0.64-0.88)] and soft drinks [PR=0.82 (0.70-0.97)] was less frequent among boys; having lunch daily was slightly more often reported by boys [OR=1.11 (1.02-1.22)]. Physical activity practice of (≥3 times/week) was more often mentioned by boys and the association measures disclosed two-fold more physical activity in this group [PR=2.04 (1.56-2.67)] when compared to girls. Approximately 30% of boys and 40% of girls stated they did not perform activities requiring energy expenditure during free periods, with boys being 32% less idle than girls [PR=0.68 (0.60-0.76)]. Conclusions: A high prevalence of both overweight and obesity was observed, as well as unhealthy habits in the study population, regardless of the presence of weight alterations. Health promotion strategies in schools should be encouraged, in order to promote healthy habits and behaviors among all students.