FUNDAMENTO: Estudos recentes apontam os benefícios do controle da respiração na melhoria do barorreflexo, variabilidade da freqüência cardíaca e redução da pressão arterial em pacientes hipertensos. OBJETIVO: Avaliar os efeitos do treinamento com técnica de respiração lenta na modulação dos sistemas cardiovascular e respiratório de pacientes (n=10, homens e mulheres, com 45 a 60 anos de idade) com hipertensão arterial essencial, assistidos em ambulatório. MÉTODOS: No delineamento do estudo, cada paciente foi utilizado como controle de si mesmo, sendo a coleta de dados realizada antes e após o período de intervenção. Foram avaliados parâmetros como variabilidade da freqüência cardíaca, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, pressão arterial média, ventilometria, cirtometria torácica e análise estatística dos dados. O treinamento respiratório utilizou exercícios de baixa freqüência e foi realizado duas vezes por semana durante um mês. Cada sessão teve duração de 30 minutos. RESULTADOS: Os resultados demonstraram redução da pressão arterial sistólica, da pressão arterial diastólica e da pressão arterial média (p < 0,05 vs controle), aumento da variabilidade da freqüência cardíaca evidenciado pelo aumento da variância dos intervalos RR e índice SDNN, redução da freqüência respiratória (p < 0,01 vs controle), aumento do volume corrente (p < 0,01 vs controle), e aumento da expansibilidade torácica apical (p < 0,01 vs controle). CONCLUSÃO: A reeducação respiratória com a técnica de respiração lenta parece ser um bom recurso complementar para o controle tanto cardiovascular como respiratório em pacientes hipertensos.
BACKGROUND: Recent studies show that controlled breathing improves baroreflex and heart rate variability and lowers blood pressure in hypertensive patients. OBJECTIVE: To evaluate the effects of slow breathing training on cardiorespiratory system modulation of patients (n=10, men and women, ages ranging from 45 to 60) with essential hypertension seen in an outpatient setting. METHODS: According to the study design, each patient was used as his/her own control, and data were collected before and after the intervention. The following parameters were assessed: heart rate variability (HRV), systolic blood pressure (SBP), diastolic blood pressure (DBP), mean arterial blood pressure (MAP), respirometry, chest expansion measurement, and statistical data analysis. Respiratory training was performed in 30-minute sessions held twice a week over one month using slow breathing exercises. RESULTS: Our results were as follows: a reduction in SBP, DPB, and MAP (p < 0.05 vs control); an increase in heart rate variability, as evidenced by greater RR interval variation and SDNN index; a decline in respiratory rate (p < 0.01 vs control); and an increase in tidal volume (p < 0.01 vs control) and thoracic expansibility (p < 0.01 vs control). CONCLUSION: Respiratory retraining using the slow breathing technique appears to be a useful adjunctive for cardiorespiratory control in hypertensive patients.