RESUMO Objetivo. Apresentar e analisar a resposta do sistema de saúde peruano às necessidades de saúde sexual e reprodutiva de mulheres venezuelanas radicadas em Lima, Peru, e identificar algumas explicações para essa resposta. Métodos. Entrevistas telefônicas semiestruturadas detalhadas com 30 mulheres venezuelanas, 10 profissionais de saúde e 2 funcionários do Ministério da Saúde. Resultados. Com base nas experiências das mulheres venezuelanas que recorreram a esses serviços no período de 2019 a 2020 e nas perspectivas de profissionais e autoridades de saúde, apresentamos uma análise da capacidade e das limitações dos serviços de saúde pública para atender às necessidades de saúde sexual e reprodutiva dessa população. Os relatos das mulheres migrantes indicam uma experiência positiva com um sistema de saúde, que, apesar das deficiências, responde às necessidades mais comuns de saúde sexual e reprodutiva. Isso está em conformidade com os relatos dos profissionais de saúde e das autoridades, que enfatizam a existência de políticas prioritárias de atenção à saúde sexual e reprodutiva. Conclusão. Este estudo mostra de que maneira um âmbito de prioridade nacional (reduzir a mortalidade materna) e mecanismos operacionais de proteção social (como o Seguro Integral de Saúde) se convertem em instrumentos complementares, afetando positivamente e estendendo benefícios à população migrante, embora essa população não tenha sido levada em consideração quando da elaboração dessas políticas.
ABSTRACT Objectives. To present and analyze the Peruvian health system's response to the sexual and reproductive health needs of Venezuelan women living in the city of Lima, Peru, and to identify some of the reasons underlying this response. Methods. Information was collected through semi-structured, in-depth telephone interviews with 30 Venezuelan women, 10 healthcare workers, and two Ministry of Health officials. Results. Based on the experiences of Venezuelan women who sought care through these services during 2019-2020 and the perspectives of healthcare personnel and health authorities, we present an analysis of the public health services' capacity and limitations in meeting the sexual and reproductive health needs of this population. Migrant women's testimonies reported a positive experience with a health system that, despite shortcomings, responds to the most common sexual and reproductive health needs. These perspectives parallel the testimonies of healthcare personnel and authorities who emphasized the existence of priority policies for sexual and reproductive health care. Conclusion. This study shows how a national priority framework (reducing maternal mortality), accompanied by operational mechanisms for social protection (such as the Comprehensive Health Insurance program), represent complementary instruments that have a positive impact on and extend benefits to migrants, even though this population was not considered when designing these policies.
RESUMEN Objetivo. Presentar y analizar la respuesta que el sistema de salud peruano viene dando a las necesidades en salud sexual y reproductiva de las mujeres venezolanas que radican en la ciudad de Lima, Perú e identificar algunas de las razones que nos permite entender esta respuesta. Métodos. La información se recogió mediante entrevistas a profundidad semiestructuradas por vía telefónica a 30 mujeres venezolanas, 10 trabajadores de salud y 2 funcionarios del Ministerio de Salud. Resultados. A partir de las experiencias de mujeres venezolanas que acudieron a estos servicios durante el 2019-2020 y de las perspectivas del personal y autoridades de salud presentamos un análisis de la capacidad y limitaciones que los servicios de salud públicos tienen para atender las necesidades de salud sexual y reproductiva de esta población. Los testimonios de las mujeres migrantes reportan una experiencia positiva con un sistema de salud que, a pesar de las deficiencias, responde a las necesidades de salud sexual y reproductiva más comunes. Estas coinciden con los testimonios del personal de salud y con las de las autoridades quienes enfatizan la existencia de políticas prioritarias para la atención de la Salud Sexual y Reproductiva. Conclusión. Este estudio muestra cómo un marco de prioridad nacional (disminuir la mortalidad materna), acompañado de mecanismos operativos de protección social (como el Seguro Integral de Salud), se convierten en instrumentos complementarios, que repercute de manera positiva y extiende beneficios para las y los migrantes, a pesar de no haber considerado a esta población durante el diseño de estas políticas.