Este artigo analisa a percepção de operários da construção de edificações sobre o contexto de vulnerabilidade social, marcado pela precarização crescente dos contratos de trabalho. Foram entrevistados vinte trabalhadores da cidade de São Carlos (Brasil), recuperando suas trajetórias de trabalho. Por meio da análise qualitativa das entrevistas, foi possível verificar a vulnerabilidade e as formas variadas de contratos de trabalho e de remuneração. Apesar da precariedade das relações de trabalho, metade dos trabalhadores afirma estar realizada profissionalmente na ocupação desempenhada, enquanto a outra metade se percebe diminuída perante a sociedade pela falta de estudo, ou se identifica com as outras profissões exercidas anteriormente, vendo a construção como uma etapa passageira ou como a ultima opção que lhes restou.
This paper examines the perception of construction workers in a context of social vulnerability, marked by the increasing precariousness of employment contracts. Twenty workers from São Carlos (Brazil) were interviewed, recovering their trajectories of work. Through qualitative analysis of the interviews, it was possible to verify the vulnerability and varied forms of employment contracts and remuneration. Despite the precariousness of labor relations, half of the workers claim to be professionally fulfilled in their occupation, while the other half perceive themselves to be diminished in society by the lack of schooling, or identify themselves with former occupations, seeing construction as a passing step or as the last option left to them.
Cet article analyse la perception des travailleurs du bâtiment quant au contexte de la vulnérabilité sociale, marqué par la précarité croissante des contrats de travail. Nous avons interviewé vingt travailleurs de la ville de São Carlos (Brésil), et avons repris leurs trajectoires de travail. Grâce à une analyse qualitative de ces interviews, il a été possible de vérifier la vulnérabilité et les divers types de contrats de travail et de rémunération. Malgré la précarité existante dans les relations de travail, la moitié des travailleurs affirme être satisfaite professionnellement dans la fonction occupée, tandis que l'autre moitié se voit amoindrie dans la société par le manque d'études ou s'identifie avec d'autres professions exercées avant, considérant la construction comme une étape passagère ou comme la seule option qui leur restait.