OBJETIVO: Analisar a sobrevida e fatores prognósticos associados à mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca sistólica acompanhados desde o início de seus sintomas. MÉTODOS: Coorte de 204 pacientes consecutivos com insuficiência cardíaca sistólica, identificada com início dos sintomas até seis semanas do primeiro atendimento e seguida por 46 meses. As variáveis prognósticas analisadas foram coletadas à inclusão e correlacionadas com a mortalidade cardiovascular. A Fração de Ejeção (FE) < 40% ao ecocardiograma caracterizava a disfunção sistólica ventricular. RESULTADOS: A taxa geral de sobrevida pela técnica de Kaplan-Meier foi de 98,0%, 90,6% e de 70,2% aos três, 12 e 48 meses de seguimento, respectivamente. A análise multivariada identificou o efeito independente de seis variáveis sobre o risco de morte cardiovascular. As classes funcionais III e IV aumentou em 2,7 vezes o risco em relação à classe II; incrementos de 10 mmHg na pressão arterial sistólica reduziram em 25% o risco de morte; cada aumento de 10 bpm na freqüência cardíaca elevava o risco de morte em 1,6 vezes e cada incremento de 0,25 mg/dL na creatinina sérica acarretava um aumento de risco de 60%. A presença de 3ª bulha aumentou em 3,0 vezes o risco de morte e a etiologia chagásica também se associou à mortalidade cardiovascular (P<0,0001). CONCLUSÃO: Estas evidências mostram que a mortalidade na fase inicial não é elevada e que a etiologia, classe funcional avançada, hipotensão arterial, taquicardia, presença de 3ª bulha e creatinina sérica elevada, conferem um pior prognóstico.
OBJECTIVE: To study survival and prognostic factors associated with mortality in patients with systolic heart failure followed up since symptom onset. METHODS: We carried out a study with a cohort of 204 consecutive patients with systolic heart failure, whose symptom onset occurred within the 6 weeks preceding the first medical visit. They were followed up for 46 months. The prognostic variables analyzed were collected when the patients were included in the study and were correlated with cardiovascular mortality. An EF < 40% on echocardiography characterized systolic ventricular dysfunction. RESULTS: The overall survival rates according to the Kaplan-Meier technique were 98.0%, 90.6%, and 70.2% at 3, 12, and 48 months of follow-up, respectively. The multivariate analysis identified the independent effect of 6 variables on the risk of cardiovascular death. Functional classes III and IV increased risk 2.7 times as compared with class II; 10-mmHg increments in systolic blood pressure reduced the risk of death by 25%; each 10-bpm increase in heart rate increased the risk of death 1.6 times; and each 0.25-mg/dL increment in serum creatinine caused a 60% increase in risk. The presence of the third cardiac sound caused a 3-fold increase in the risk of death, and chagasic etiology was also associated with cardiovascular mortality (P<0.0001). CONCLUSION: Evidence shows that mortality in the initial phase is not elevated, and that etiology, advanced functional class, arterial hypotension, tachycardia, presence of the third cardiac sound, and elevated serum creatinine lead to a worse prognosis.