RESUMO Foram realizados estudos para esclarecimento do real papel exercido pela perdiz (Rhynchotus rufescens), no plano epidemiológico, dentro da perspectiva de fonte de infecção do vírus da doença de Newcastle (VDN). Para tanto, foram empregadas aves SPF ("specificpathogen free") conviventes com perdizes inoculadas com uma estirpe patogênica (velogênica viscerotrópica) do VDN ( DIE50 = 108,15/ 0,1 mL), pela via óculo-nasal. Cada grupo foi constituído por 6 aves SPF e 6 perdizes. Decorridos cinco (grupo 1), 15 (grupo 2) e 30 dias (grupo 3) após inoculação das perdizes com VDN, 6 aves SPF foram alojadas junto a cada grupo de perdizes, havendo contato direto entre as espécies. Decorridos também 5, 15 e 30 dias após o desafio das perdizes com o VDN, foram colhidos suabes de cloaca das perdizes, para o isolamento viral (vírus patogênico) em embriões de galinhas SPF. As perdizes apresentaram-se refratárias à doença clínica com o VDN. Nestas, o isolamento viral ocorreu de 5 até 15 dias após o desafio com o VDN, demonstrando-se assim o estado de portador do VDN da perdiz, passados até 15 dias da infecção experimental com este patógeno. Já 100% das aves SPF conviventes com perdizes infectadas com o VDN, passados agora 5 (grupo 1) e 15 dias (grupo 2), morreram de 4 a 8 dias após o contato direto entre as espécies. Nestas, os sintomas clínicos e lesões sugestivos da enfermidade de Newcastle foram confirmados pelo reisolamento e identificação do VDN, a partir de suabes de traquéia e cloaca. Desse modo, ficou evidente a transmissão de vírus patogênico (VDN) da perdiz, decorridos até 15 dias da infecção experimental com este patógeno, para aves SPF conviventes, o que vem realçar a importância da perdiz (Rhynchotus rufescens), do ponto de vista epidemiológico, como fonte potencial de infecção do VDN para aves domésticas em convívio ou próximas a sua criação.
ABSTRACT Studies were made to clarify the real role that was played by the partridge (Rhynchotus rufescens) in the epidemiological plan, under the perspective of its being an infection source of the Newcastle disease virus (NDV). For this, the study used specific-pathogen-free birds (SPF) that were housed with partridges inoculated with a pathogenic strain (velogenic viscerotropic) of NDV (DIE50=108,15/0,1 mL), by the ocular-nasal via. Each group was composed by 6 SPF birds and 6 partridges. At 5, 15 and 30 days after the inoculation of the partridgeswith NDV, 6 SPF birds were put together with each group of partridges, so that there was a direct contact between the species. After 5, 15 and 30 days since the challenge of the partridge with NDV, the samples were collected by means of cloacal swabs of the partridge for the viral isolation (pathogenic virus) in SPF embryos. There was no clinical disease in the partridges inoculated with NDV. Therefore, there was viral isolation from 5 to 15 days after the challenge with the NDV, demonstrating, this way the state of carrier of the partridge NDV which happened until 15 days of the experimental infection with this pathogen. So, 100% of the SPF birds which were housed with the NDV infected partridges, after 5 (group 1) and 15 days (group 2), died from four to eight days after the direct contact among species. This way, the transmission of the pathogenic virus of the partridgeswas evident until 15 days of the experimental infection with this pathogen (NDV) for the SPF birds that were housed together, and that calls the attention to the importance of the partridges from the epidemiological point of view as potential source of infection of the NDV to domestical birds that housed with these specie or near this breeding.