RESUMO Um grave problema da sociedade contemporânea é a geração exagerada de resíduos. Nos serviços de saúde ocorre a mesma situação, agravada pela presença de resíduos perigosos que necessitam de manejo mais complexo. A falta de informação e despreparo dos profissionais de saúde e gestores, da equipe de limpeza e de pacientes em relação aos resíduos pode gerar acidentes ocupacionais, sobrecarregar o meio ambiente e gerar maior gasto financeiro. Investigou-se neste trabalho o processo de geração de resíduos de serviços de saúde (RSS) em um centro cirúrgico de hospital de grande porte. Foram avaliados pesos e custos, com observação in loco dentro de salas cirúrgicas para investigar como o descarte é feito e identificar pontos falhos no processo. Durante quatro meses foram observados 55 procedimentos cirúrgicos e pesados os resíduos gerados em 1.498 procedimentos, dos quais 92% foram descartados como infectantes. Entre os fatores que favoreceram o descarte incorreto, destacam-se os seguintes: tamanho da sala e disposição de lixeiras para resíduos comuns e infectantes. Ressalta-se a necessidade de educação continuada associada à educação ambiental, à incorporação de valores socioambientais na gestão hospitalar e à promoção da sustentabilidade nos hospitais, avançando-se na sustentabilidade ambiental, econômica e social.
ABSTRACT The overproduction of waste in our population is a serious social problem. In the health system, this is even more worrisome as the risks are aggravated by dangerous residues which need complex management. The lack of information and training of health professionals and managers, cleaning staff and patients regarding these residues may even result in occupational health, impact the environment, and result in considerable economical costs. In this work, the generation process of health care waste in an Operation Room (OR) of a large hospital was investigated, analyzing weights and costs, through in-loco observation of the operation row to investigate how the disposal is done and unveil the weak points in the process. During 4 months, 55 surgical procedures were observed and the residues generated in 1,498 procedures were weighted, of which 92% were disposed of as infectious waste. Among the factors that favored incorrect disposal, the following stand out: room size and disposal of trash cans for common and infectious waste. Here we highlight the need for ongoing training and environmental education, and the need to incorporate social-environmental values into the healthcare waste management routine, as well as the promotion of sustainable actions in the hospital leading to environmental, social, and economic sustainability.