A Hipertensão Arterial (HA) e o Diabetes Mellitus (DM) são consideradas uma epidemia mundial, o que torna o controle desses agravos um desafio para os sistemas de saúde e são vistos como prioridade pela Estratégia da Saúde da Família. Nesse cenário, buscou-se verificar o acesso do paciente portador de HA e/ou DM à rede de assistência à saúde e a medicamentos nos municípios da Baixada Santista. Realizou-se um inquérito domiciliar em cinco municípios da Baixada Santista com mais de 100 mil habitantes, com diferentes coberturas de ESF com amostra probabilística autoponderada, adotando-se sorteio primário dos setores censitários e posteriormente de domicílios. Foram entrevistadas 6.815 pessoas, entre as quais encontrou-se uma prevalência referida em torno de 26,3% para HA e 8,8 para DM, sendo a HA mais prevalente em mulheres do que em homens. Para análise da qualidade da atenção à saúde recebida por esses pacientes, estudou-se a prevalência da mensuração da pressão arterial (85,3%) e do teste de glicemia (70,2%) nos últimos 6 meses. A maioria indicou que o medicamento foi prescrito pelo médico (99,4%), sendo que 62,8% adquirem em farmácia privada o medicamento para HA e 57,9% dos diabéticos o adquirem no posto de saúde. A atividade de grupos educativos praticamente inexiste para mais de 90%. Em relação às visitas domiciliares 78% dos hipertensos e 92,5% dos diabéticos não foram beneficiados com este serviço. Os achados indicam a necessidade de o cuidado da HA e do DM ter seu enfoque central na atenção básica.
Arterial Hypertension (AH) and Diabetes Mellitus (DM) are considered a worldwide epidemics whose control poses a challenge to health care services. Within the National Health System, the Family Health Program currently has the dual role of being a system gateway and reference structure. Bearing in mind this scenario, this study assessed the access of AH and DM patients to health care and therapeutic drugs. A household survey was conducted in five municipalities with over 100,000 inhabitants in the Baixada Santista. A two-stage self-weighted probabilistic sample was used. Results estimated a prevalence of 26.3% for AH and of 8.8% for DM, AH being more prevalent among women. As to health care, 85.3% of the individuals with AH interviewed reported having had their arterial pressure checked, and 70.2% of those with DM reported having had their glucose blood serum level tested in the preceding six months. Drug treatment was prescribed to 99.4% of these patients, and 62.8% of AH patients purchased such drugs from private drugstores, and 57.9% of DM patients received drugs provided by health centers. Over 90% of the patients had no access to educational group activities, and 78% of AH and 92.5% of DM patients had no supervising home visits. These findings suggest the need for primary health care as the mainstay for the care provided to HA and DM.