Resumo Este artigo tem por objetivo geral examinar a política de inovação para o setor mineral no Brasil. De modo mais específico, o artigo caracteriza a política de inovação para o setor no Brasil; identifica as prioridades que cada agente (universidade, empresa e governo); revela a formulação e execução da política; e verifica, na percepção deles, os desafios a superar para o aperfeiçoamento da política. Trata-se de pesquisa qualitativa. Foram levantados documentos estratégicos relevantes e foram realizadas 18 entrevistas (no Brasil e na Suécia). O referencial teórico é constituído pelo Modelo da Hélice Tríplice. A experiência brasileira é analisada tendo o caso sueco como referência. A política de inovação no Brasil para o setor é percebida pelos agentes como efêmera, reativa e pouca estruturada. A comparação da agenda sueca de inovação para o setor com a agenda brasileira revela que a primeira é muito mais ampla, incluindo inovações tecnológicas e não tecnológicas. Os suecos, ao contrário dos brasileiros, enfatizam a necessidade de ir além de uma preocupação estritamente econômica (competitividade empresarial e política industrial) para o setor. Os suecos destacam não só a dimensão ambiental, mas também a social, ao propor as “regiões mineiras socialmente sustentáveis”. Tanto no Brasil como na Suécia, a baixa aceitação social da atividade e a falta de continuidade das políticas de inovação no longo prazo constituem desafios importantes a superar.
Abstract This article examines the innovation policy for the mining sector in Brazil. The specific objectives are to characterize the innovation policy for the sector; identify the priorities of each agent (university, industry, and government) for policy formulation and execution, and to verify, in their perception, the challenges for improvement of the mining policy. The research adopts a qualitative approach, using the Triple Helix model of innovation as the theoretical background. The Brazilian case is analyzed using Sweden as a benchmark. Relevant strategic documents were collected and 18 interviews were conducted in Brazil and Sweden. The agents perceive the innovation policy in Brazil as something ephemeral, reactive and lacking in structure. The comparison between the Swedish and the Brazilian innovation agenda for the sector reveals that the Swedish is much broader, including technological and non-technological innovations. The Swedish agenda emphasizes the need to go beyond a strictly economic concern (business competitiveness and industrial policy) in the mining sector. Swedes highlight not only the environmental dimension but also the social dimension when proposing “socially sustainable mining regions.” In both Brazil and Sweden, the low social acceptance of mining and the lack of long-term continuity of innovation policies are important challenges to be overcome.
Resumen El presente artículo tiene como objetivo general examinar la política de innovación para el sector mineral en Brasil. De forma más precisa, el artículo busca caracterizar la política de innovación para el sector en Brasil; identificar las prioridades de cada agente (universidad, empresa y gobierno); revelar la formulación y ejecución de la política; y verificar, según la percepción de dichos agentes, los desafíos a superar para el perfeccionamiento de la política. La investigación es cualitativa. Se levantaron documentos estratégicos relevantes y se realizaron 18 entrevistas en Brasil y Suecia. El modelo de triple hélice se constituye en marco referencial. La experiencia brasileña se analiza teniendo como referencia el caso sueco. La política de innovación en Brasil para el sector es percibida por los agentes como efímera, reactiva y poco estructurada. La comparación de la agenda sueca de innovación para el sector con la agenda brasileña revela que la agenda de Suecia es mucho más amplia, por incluir innovaciones tecnológicas y no tecnológicas. Los suecos, a diferencia de los brasileños, enfatizan la necesidad de ir más allá de una preocupación estrictamente económica (competitividad empresarial y política industrial) para el sector. Los suecos destacan no solo la dimensión ambiental, sino también la social, al proponer las “regiones mineras socialmente sostenibles”. Tanto en Brasil como en Suecia, la baja aceptación social de la actividad y la falta de continuidad de las políticas de innovación a largo plazo constituyen desafíos importantes a superar.