RESUMO Objetivo: Descrever o perfil das mulheres de acordo com o número relatado de benefícios do aleitamento materno e verificar sua associação com a duração dessa prática até o 6º mês da criança. Métodos: Trata-se de um estudo observacional qualitativo e prospectivo realizado com puérperas em duas etapas (n=78 e, após seis meses, n=62). Modelos lineares generalizados foram usados para identificar o perfil das puérperas, assim como para determinar os fatores associados à duração do aleitamento materno até o 6º mês da criança. Resultados: O perfil das mulheres que relataram menos benefícios (≤3) foi: mulheres mais jovens (p=0,008), com menor nível de escolaridade (p<0,001), solteiras (p=0,02), desempregadas (p=0,04) e que fizeram o pré-natal na rede pública de saúde (p=0,01). A análise da interação desses fatores indicou que as mulheres que tinham somente o ensino fundamental que fizeram pré-natal na rede pública de saúde (p<0,001) ou de modo privado (p=0,01) relataram um número menor de benefícios. Fatores como nível de escolaridade, estado civil, recebimento de prévias orientações sobre o aleitamento materno, local de pré-natal e número de benefícios relatados não se associaram à duração do aleitamento materno até o 6º mês da criança. Conclusões: O menor número de benefícios do aleitamento materno foi relatado pelas mulheres com ensino fundamental e que fizeram o pré-natal na rede pública de saúde ou de modo privado. O número de benefícios relatados não se associou com a duração dessa prática até o 6º mês de vida.
ABSTRACT Objective: To describe the characteristics of women according to the reported number of benefits of breastfeeding and to verify its association with the duration of this practice until the sixth month of the child’s life. Methods: This was a qualitative and prospective observational study performed with postpartum mothers in two stages (n=78, and after six months n=62). Generalized linear models were used to identify the profile of the mothers as well as to determine the factors associated with the duration of breastfeeding until the sixth month of the child’s life. Results: The profile of women who reported fewer benefits (≤3) was: younger age (p=0.008), with lower schooling (p<0.001), single (p=0.02), unemployed (p=0.04) and who attended prenatal care at the public health service (p=0.01). The analysis of the interaction of these factors indicated that women who had only completed elementary school and who attended prenatal care at the public health service (p<0.001) or privately (p=0.01) reported fewer benefits. Factors such as: level of education, marital status, previous education/training about breastfeeding, place of prenatal care and the reported number of benefits were not associated with the duration of breastfeeding until the sixth month of the child’s life. Conclusions: The lowest number of breastfeeding benefits was reported by women with elementary education and who undewent prenatal care in the public health system or privately. The number of reported benefits was not associated with the duration of this practice until the age of sixth months of the child.