Resumen: Antecedentes: la endocarditis infecciosa es una enfermedad con elevada morbimortalidad, la cual se encuentra en torno al 25%. Aproximadamente el 50% de los casos requiere tratamiento quirúrgico. En nuestro medio se desconocen las características clínicas y evolutivas de pacientes operados por endocarditis infecciosa activa. Objetivos: primario, determinar mortalidad operatoria (MO) y sobrevida a largo plazo; secundario, definir predictores de embolias, complicaciones locales (CL), MO y endocarditis protésica (EP) en la evolución. Métodos: trabajo retrospectivo y analítico. Se identificaron pacientes que recibieron cirugía cardíaca por endocarditis activa entre enero de 2006 y diciembre de 2017. Mediante regresión logística multivariada se identificaron predictores para los objetivos enunciados. Resultados: se incluyeron 101 pacientes. El microorganismo más frecuentemente encontrado fue Staphylococcus aureus (SA) (15,8%). La topografía fue protésica en 20,8%, aórtica en 46,5%, mitral en 23,8% y mitro-aórtica en 13,9%. La MO fue 11,3% y 29,5% (p=0,025), según ausencia o presencia de CL, único predictor independiente de mortalidad (OR=3,38). El 47,5% presentó CL, siendo la más frecuente el absceso (25,7%). Fueron predictores independientes: EP (OR=5,8), endocarditis valvular aórtica (OR=2,9) y sexo masculino (OR=3,5). La incidencia de EP precoz fue 3% y tardía 4%. El 30% de los pacientes adquirió la EI como consecuencia de un procedimiento médico invasivo en los 6 meses previos. De los siete pacientes con EP en la evolución, seis tenían CL (p<0,05). El 31,7% presentaba embolias, resultando predictores independientes: Staphylococcus aureus (OR=4,6), vegetación en el velo mitral posterior (OR=3,2) y antecedente de hipertensión arterial (OR=3,32). La sobrevida a cinco y diez años fue de 88,20%±0,04 y 81,50%±0,05 respectivamente. Conclusiones: la MO de la endocarditis activa en nuestro medio es similar a la reportada internacionalmente. La presencia de CL se asocia a EP en la evolución y resultó ser un predictor independiente de sobrevida a largo plazo, y de MO. La sobrevida a largo plazo es similar a la reportada internacionalmente. Se observó una alta incidencia de agentes intrahospitalarios y procedimientos invasivos como causas probables.
Summary: Introduction: infective endocarditis is a high morbidity and mortality disease, which is about 25%. About fifty percent of patients require heart surgery. In our environment, clinical and evolutionary characteristics of patients operated with active endocarditis are unknown. Objective: primary, determine operative mortality and long-term survival; secondary, define predictors of embolisms, local complications, operative mortality and prosthetic endocarditis in evolution. Methods: retrospective, analytical study. Patients who received cardiac surgery for active endocarditis between January 2006 and December 2017 were identified. Through multivariate logistic regression, predictors were identified for the stated objectives. Results: one hundred and one patients were included. The most frequently found microorganism was Staphylococcus aureus (15.8%). The topography was prosthetic in 20.8%, aortic 46.5%, mitral 23.8% and mitro-aortic 13.9%. The operative mortality was 11.3% and 29.5% (p = 0.025) according to the absence or presence of local complications , the only independent predictor of mortality (OR = 3.32). Local complications were present in 47.5%, the most frequent were abscess (25.7%), independent predictors were: prosthetic endocarditis (OR=5.8), aortic endocarditis (OR=2.9) and male sex (OR=3.5). The incidence of early prosthetic endocarditis was 3% and late 4%. Thirty percent of patients acquired infective endocarditis as a result of an invasive medical procedure in the previous 6 months. Of the seven patients with prosthetic endocarditis in evolution, six had local complications (p <0.05). Embolic events were present in 31.7% of patients, were independent predictors: Staphylococcus aureus (OR=4.6), presence of vegetation in the posterior mitral leaflet (OR=3.2) and history of hypertension (OR=3.32). Survival at 5 and 10 years was 88.20% ± 0.04 and 81.50% ± 0.05 respectively. Conclusions: operative mortality of active endocarditis in our environment is high and similar to that reported internationally. The presence of local complications is associated with prosthetic endocarditis in evolution and proved to be an independent predictor of long-term survival, and operative mortality. Long-term survival is similar to that reported internationally. A high incidence of in-hospital agents was observed and invasive procedures as probable causes.
Resumo: Antecedentes: a endocardite infecciosa é uma doença com alta morbimortalidade. Requerem tratamento cirúrgico o 50%. Em nosso meio, as características clínicas e evolutivas dos pacientes operados com endocardite ativa são desconhecidas. Objetivos: primário, determinar a mortalidade operatória e a sobrevida a longo prazo; secundário: Definir preditores de embolias, complicações locais, mortalidade operatória e endocardite protética na evolução. Métodos: trabalho retrospectivo, analítico. Foram identificados no banco de dados pacientes submetidos à cirurgia de endocardite ativa entre janeiro de 2006 e dezembro de 2017. Através de regressão logística multivariada, os preditores foram identificados para os objetivos estabelecidos. Resultados: cento e um pacientes foram incluídos. Staphylococcus aureus foi o microrganismo mais frequente (15,8%). A topografia foi protética em 20,8%, aórtica 46,5%, mitral 23,8% e mitroaórtica 13,9%. A mortalidade operatória foi de 11,3% e 29,5% (p = 0,025), de acordo com a ausência ou presença de complicações locais, o único preditor independente de mortalidade (OR). Um 47,5% apresentaram complicações locais, sendo o mais frequente o abscesso (25,7%). Os preditores independentes foram: endocardite protética (OR = 5,8), endocardite valvar aórtica (OR=2,9)) e sexo masculino (OR = 3,5). A incidência de endocardite protética precoce foi de 3% e tardia de 4%. Trinta por cento dos pacientes adquiriram endocardite infecciosa como resultado de um procedimento médico invasivo nos 6 meses anteriores. Dos pacientes com endocardite protética na evolução, 85,7% apresentava complicações locais (p <0,05). O 31,7% apresentava embolia, resultando em preditores independentes: Staphylococcus aureus (OR = 4,6), vegetação no véu mitral posterior (OR = 3,2) e história de hipertensão arterial (OR = 3,32). A sobrevida em 5 e 10 anos foi de 88,20% ± 0,04 e 81,50% ± 0,05, respectivamente. Conclusões: a mortalidade operatória da endocardite ativa em nosso ambiente é alto e semelhante ao relatado internacionalmente. A presença de complicações locais está associada à endocardite protética na evolução e provou ser um preditor independente de sobrevida a longo prazo e mortalidade operatória. A sobrevivência a longo prazo é semelhante à relatada internacionalmente. Foi observada alta incidência de agentes hospitalares e procedimentos invasivos como causas prováveis.