Resumo Introdução O comportamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) ainda é pouco conhecido para determinados grupos. Este estudo objetivou conhecer a prevalência de fatores de risco para as DCNT em uma amostra de comunidades quilombolas. Métodos Trata-se de pesquisa transversal, conduzida por inquérito domiciliar em comunidades quilombolas no norte de Minas Gerais, com coleta de dados sociodemográficos, hábitos alimentares e comportamentais, índice de massa corporal e morbidade autorreferida. Resultados Foram entrevistadas 756 pessoas, a maioria do sexo feminino (64,2%) e com baixa ou nenhuma escolaridade (60,1%). As prevalências dos principais fatores de risco foram: 23,5% para elevado consumo de refrigerante, 41,8% para consumo de carne com gordura, 40,7% para consumo de frango com pele, 66,1% para baixo consumo de frutas, 26,9% para uso de sal diretamente no prato, 24,1% para tabagismo, 31,6% para uso excessivo de bebidas alcoólicas, 63,9% para sedentarismo e 47,9% para excesso de peso. Os homens e as pessoas com menor escolaridade apresentaram mais fatores de risco. A morbidade autorreferida foi mais prevalente para pessoas acima de 40 anos. Conclusão Os resultados destacam elevada prevalência de fatores de risco para DCNT nas comunidades avaliadas. Há a necessidade de intervenções educativas e assistenciais para amenizar a situação observada.
Abstract Introduction The behavior of Chronic Non-communicable Diseases (NCDs) is still unknown for certain groups. This study aimed to determine the prevalence of risk factors for NCDs in a sample of quilombo communities. Methods This is a cross-sectional study carried out through household surveys in quilombo communities in the north of Minas Gerais. Information on socio-demographic profile, dietary and behavioral habits, body mass index and self-reported morbidity were collected. Results A total of 756 people were interviewed, mostly women (64.2%) with low or no schooling (60.1%). The prevalence of the main risk factors were: 23.5% for high consumption of soft drinks, 41.8% for consumption of meat with fat, 40.7% for consumption of chicken with skin, 66.1% for low consumption of fruits, 26.9% for use of salt directly on the plate, 24.1% for smoking, 31.6% for excessive use of alcoholic beverages, 63.9% for physical inactivity and 47.9% for overweight. Men and people with less education had more risk factors. Self-reported morbidity was more prevalent among people over 40 years of age. Conclusion The results highlight the high prevalence of risk factors for NCDs in the evaluated communities. Health promotion and educational interventions are needed to mitigate the observed situation.