Resumo Introdução: A deficiência auditiva é um dos distúrbios de comunicação do século XXI, constitui um problema de saúde pública, pois afeta a comunicação, o sucesso acadêmico e a qualidade de vida dos estudantes. A maioria dos casos de perda auditiva antes dos 15 anos é evitável e a detecção precoce pode ajudar a evitar atrasos acadêmicos e minimizar outras consequências. Objetivo: Este estudo investigou a literatura científica sobre a prevalência da deficiência auditiva em crianças e adolescentes em idade escolar, com seus fatores associados. Isso foi feito através da questão norteadora: "Qual a prevalência da deficiência auditiva e seus fatores associados em crianças e adolescentes em idade escolar?" Método: A pesquisa compreendeu as bases de dados PubMed/MEDLINE, LILACS, Web of Science, Scopus e SciELO e foi feita de forma independente por dois pesquisadores. Os artigos selecionados foram analisados com base na lista de verificação fornecida pelo relatório Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology. Resultados: Dos 463 artigos analisados, 26 preencheram os critérios e foram incluídos na revisão aqui apresentada. Os métodos de detecção, assim como a prevalência e os fatores associados, variaram entre os estudos. A prevalência relatada pelos estudos variou entre 0,88% e 46,70%. Fatores otológicos e não otológicos foram associados à deficiência auditiva, como infecções da orelha média e das vias aéreas, icterícia neonatal e pós-natal, acúmulo de cerúmen, histórico familiar, suspeita dos pais, uso de fones de ouvido, idade e renda. Conclusão: Há heterogeneidade quanto à metodologia, aos critérios de normalidade e, consequentemente, à prevalência e aos fatores associados nos estudos sobre da perda auditiva em adolescentes e crianças em idade escolar. No entanto, a relevância do assunto e a necessidade de intervenções precoces são unânimes entre os estudos.
Abstract Introduction: Hearing impairment is one of the communication disorders of the 21st century, constituting a public health issue as it affects communication, academic success, and life quality of students. Most cases of hearing loss before 15 years of age are avoidable, and early detection can help prevent academic delays and minimize other consequences. Objective: This study researched scientific literature for the prevalence of hearing impairment in school-aged children and adolescents, with its associated factors. This was accomplished by asking the defining question: "What is the prevalence of hearing impairment and its associated factors in school-aged children and adolescents?" Methods: Research included the databases PubMed/MEDLINE, LILACS, Web of Science, Scopus and SciELO, and was carried out by two researchers, independently. The selected papers were analyzed on the basis of the checklist provided by the report Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology. Results: From the 463 papers analyzed, 26 fulfilled the criteria and were included in the review presented herein. The detection methods, as well as prevalence and associated factors, varied across studies. The prevalence reported by the studies varied between 0.88% and 46.70%. Otologic and non-otologic factors were associated with hearing impairment, such as middle ear and air passage infections, neo- and post-natal icterus, accumulation of cerumen, family history, suspicion of parents, use of earphones, age and income. Conclusion: There is heterogeneity regarding methodology, normality criteria, and prevalence and risk factors of studies about hearing loss in adolescents and school-aged children. Nevertheless, the relevance of the subject and the necessity of early interventions are unanimous across studies.