OBJETIVO: Verificar a associação entre fatores epidemiológicos e infecção genital pelo papilomavírus humano (HPV). MÉTODOS: Realizou-se estudo transversal com 975 mulheres atendidas em um serviço público de rastreamento para o câncer cervical, em Porto Alegre, Brasil. As mulheres foram consideradas infectadas pelo HPV quando apresentaram o teste de DNA positivo para esse vírus, tanto pelo método de captura híbrida II (CH II) como pelo método de reação em cadeia da polimerase (PCR). Mulheres infectadas pelo HPV foram comparadas com mulheres não infectadas oriundas da mesma população. RESULTADOS: Foram estudadas 975 mulheres. A prevalência observada de HPV (pela combinação dos métodos de DNA) foi de 27%. Quando a análise de cada método de DNA foi feito isoladamente, a prevalência de HPV-DNA foi de 15% para a CH II e de 16% para PCR. Regressão logística múltipla incondicional foi utilizada na identificação dos fatores associados à infecção pelo HPV. Foi encontrada associação positiva com as seguintes variáveis: anos de escolaridade (11 anos: OR=2,05; IC95%=1,31; 3,20; referência: até oito anos de escolaridade); ser casada (OR=1,69; IC95%=0,78; 2,00; referência: ser solteira); parceiros sexuais ao longo da vida (dois parceiros: OR=1,67; IC95%=1,01; 2,77; quatro ou mais: OR=2,18; IC95%=1,15; 4,13; referência: um parceiro); idade da primeira relação sexual (15-16 anos: OR=4,05; IC95%=0,89; 18,29; referência: > ou = 22 anos). CONCLUSÕES: Vários fatores parecem estar associados à presença de infecção genital pelo HPV, especialmente aqueles referentes ao comportamento sexual (idade da primeira relação sexual, número de parceiros sexuais ao longo da vida e estado marital) e aqueles relacionados à situação socioeconômica (escolaridade).
OBJECTIVE: To evaluate whether epidemiological factors may be associated to genital human papillomavirus (HPV) infection. METHODS: A cross-sectional study was carried out among 975 women seen at a public health service for cervical cancer screening in Porto Alegre, Brazil. Women were considered infected if tested positive to HPV either by Polymerase Chain Reaction (PCR) or Hybrid Capture II (HC-II) methods. Women with genital HPV infection were compared to women without infection drawn from the same population. RESULTS: The study enrolled 975 women. The HPV prevalence (both methods combined) in this population was 27%. However, when each diagnostic method is analyzed separately, HPV prevalence was 15% and 16% for HC-II and PCR, respectively. Unconditional multiple logistic regression was used to correlate disease status to women characteristics. A positive association was found with HPV infection for the following variables: years of schooling (11 years: OR=2.05; 95%CI =1.31; 3.20), married (OR=1.69; 95%CI=0.78; 2.00), number of lifetime sexual partners (2 partners: OR=1.67; 95%CI=1.01; 2.77; 4 or +: OR=2.18; 95%CI=1.15; 4.13), age at first intercourse (15-16 years: OR=4.05; 95%CI=0.89; 18.29). CONCLUSIONS: Various factors may contribute to genital HPV infection, especially those related to sexual behavior (young age at first intercourse, high number of lifetime sexual partners, and marital status), and those related to social and economic status (years of schooling).