Este experimento foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a eficiência de tratamentos hormonais, associados ao desmame temporário, na indução de ovulação após o parto, em fêmeas de corte criadas extensivamente. Foram utilizadas 143 vacas (Hereford e cruzas Hereford x Nelore), pluríparas, entre 50 e 70 dias após o parto, com condição corporal (CC) 2 e 3 (1-5). O grupo SEMED (somatotropina, estradiol, medroxiprogesterona, gonadotrofina e desmame) foi constituído por 50 vacas, as quais receberam (dia 0) 500mg de somatotropina bovina recombinante (bST-r), 5mg de benzoato de estradiol e um pessário intravaginal contendo 250mg de acetato de medróxiprogesterona (MAP) e, seis dias após, (dia 6) 500UI de gonadotrofina coriônica eqüina (eCG). No momento da retirada dos pessários (dia 7), os terneiros foram separados totalmente das vacas por 96h. No grupo EMED (estradiol, medroxiprogesterona, gonadotrofina e desmame), constituído de 48 vacas, adotou-se um tratamento semelhante ao do grupo anterior, diferindo apenas na não utilização da somatotrofina. No grupo CONTROLE, 43 vacas foram unicamente separadas dos seus filhos por 96h. Logo após a retirada dos pessários vaginais e de realizado o aparte dos terneiros, as vacas foram colocadas em um piquete com touros (1:10). Após 53 dias, foi realizado o diagnóstico de gestação por palpação retal e ultra-sonografia, para detectar as vacas que conceberam no estro subseqüente aos tratamentos. Obtiveram-se índices de prenhez de 11,1% , 38,0% e 56,2% respectivamente, para os grupos CONTROLE, SEMED e EMED, cujas diferenças foram significativas (p<0,0001) entre os grupos. No grupo SEMED, a CC das vacas interferiu no tratamento, pois foi observada superioridade (p < 0,01) nos índices de prenhez de vacas com CC 3 quando comparadas com vacas em CC 2. Essa diferença não foi verificada nos demais grupos. Os resultados também demonstraram que os tratamentos agiram de maneira diferenciada em vacas com CC 2, com percentuais de prenhez de 12,5, 32,2 e 55,5%, respectivamente, para os grupos CONTROLE, SEMED e EMED (SEMED vs CONTROLE = p<0,01; SEMED vs EMED = p<0,01; CONTROLE vs EMED = p<0,0001). Os índices de prenhez das vacas com CC 3 foram 10,5 , 50,0 e 55,0%, respectivamente, para os grupos CONTROLE, SEMED e EMED e indicaram diferença (p<0,0001) entre os dois grupos e o grupo controle. Os resultados evidenciaram que o tratamento sem a utilização da bST-r, dispensado ao grupo EMED, pode ser adotado com sucesso tanto em vacas em CC 2 como em vacas em CC 3, diferindo do tratamento adotado no grupo SEMED, o qual mostrou-se eficiente somente em vacas com CC 3.
The purpose of this experiment was to assess the efficiency of hormonal treatments on the fertility of beef cows raised extensively on the west border region of Rio Grande do Sul, Brazil. A hundred and forty-three cows (Hereford and Crossing breeds) which were between 50 and 70 days after delivery were used and, after being classified according to their body condition (BC), varying from 1 to 5, they were separated into three groups. The SEMED group had 50 cows, which received (day 0) 500mg of bovine somatotropin (bST), 5mg of benzoate of estradiol and an intravaginal pessary containing 250mg of medroxiprogesteron acetate (MAP) and, six days later, (day 6), 500UI of equine chorionic gonadotropin (eCG). By the time the pessaries were withdrawn, the calves were totally separated from their mothers for 96 hours. In the EMED group, which had 48 cows, a treatment similar to the previous one was adopted, differing only in the non-use of somatotropin. In the CONTROL group, 43 cows were only separated from their calves for 96 hours. Right after the vaginal pessaries withdrawal and the separation from the calves, the cows were placed in an pasture with bulls (1:10). After 53 days, a pregnancy diagnosis via rectal palpation and ultrasonography was done to detect the cows that had conceived in the estrous subsequent to the treatment. Pregnancy rates of 11.1%, 38.0% and 56.2% were obtained for the groups CONTROL, SEMED e EMED respectively, whose differences were significant (p<0.0001) among the groups. In the SEMED group the cows BC interferred in the treatment, because a superiority in the pregnancy rates of cows with BC 3 was observed when compared to cows with BC 2. This difference was not verified in the other groups. The results also showed that the treatments had a different result for cows with BC 2, with pregnancy percentages of 12.5, 32.2 and 55.5 for the groups CONTROL, SEMED and EMED (SEMED vs CONTROL= p<0.01; SEMED vs EMED = p<0.01; CONTROL vs EMED = p<0.0001). The pregnancy rates of cows with BC 3 were of 10.5, 50 and 55% respectively for the groups CONTROL, SEMED and EMED and they indicated a difference of (p<0.0001) between both groups and the control group. The results evidenced that a treatment without the use of somatotropin, given to the EMED group, can be adopted successfully either in cows with BC 2 or in cows with BC 3, which is different from the treatment used in the SEMED group because it was efficient only with cows with BC 3.