OBJETIVO: Avaliar a associação entre níveis de ruído presentes em centros de educação infantil e alterações vocais em educadoras. MÉTODOS: Estudo transversal com 28 educadoras de três instituições de educação infantil de São Paulo, SP, em 2009. Os níveis de pressão sonora foram mensurados segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas, com uso de medidor de nível de pressão sonora. As médias foram classificadas de acordo com os níveis de conforto, desconforto e dano auditivo propostos pela Organização Panamericana de Saúde. As educadoras tiveram a voz avaliada com: autoavaliação com escala analógica visual, avaliação perceptivo-auditiva com escala GRBAS e análise acústica com o programa Praat. Estatística descritiva e teste do qui-quadrado, com 10% de significância devido ao tamanho da amostra, foram usados para análise da associação entre ruído e avaliação vocal. RESULTADOS: As educadoras possuíam idades entre 21 e 56 anos. A média de ruído foi 72,7 dB, considerado dano 2. A autoavaliação vocal das profissionais apresentou média de 5,1 na escala, considerada alteração moderada. Na avaliação perceptivo-auditiva, 74% apresentaram alteração vocal, principalmente rouquidão; destas, 52% foram consideradas alterações leves. A maior parte apresentou frequência fundamental abaixo do esperado na avaliação acústica. Médias de jitter, shimmer e proporção harmônico-ruído estavam alteradas. Presença de ruído entre os harmônicos associou-se a alteração vocal. CONCLUSÕES: Há associação entre presença de ruído entre harmônicos e alteração vocal, com elevados níveis de ruído. Apesar de a maioria das educadoras ter apresentado voz alterada em grau leve, a autoavaliação mostrou alteração moderada, provavelmente pela dificuldade de projeção.
OBJECTIVE: To analyze the association between noise levels present in preschool institutions and vocal disorders among educators. METHODS: Cross-sectional study conducted in 2009 with 28 teachers from three preschool institutions located in the city of São Paulo (Southeastern Brazil). Sound pressure levels were measured according to Brazilian Technical Standards Association, with the use of a sound level meter. The averages were classified according to the levels of comfort, discomfort, and auditory damage proposed by the Pan American Health Organization. The educators underwent voice evaluation: self-assessment with visual analogue scale, auditory perceptual evaluation using the GRBAS scale, and acoustic analysis utilizing the Praat program. To analyze the association between noise and voice evaluation, descriptive statistics and the chi-square test were employed, with significance of 10% due to sample size. RESULTS: The teachers' age ranged between 21 and 56 years. The noise average was 72.7 dB, considered as damage 2. The professionals' vocal self-assessment ranked an average of 5.1 on the scale, being considered as moderate alteration. In the auditory-perceptual assessment, 74% presented vocal alteration, especially hoarseness; of these, 52% were considered mild alterations. In the acoustic assessment the majority presented fundamental frequency below the expected level. Averages for jitter, shimmer and harmonic-noise ratio showed alterations. An association between the presence of noise between the harmonics and vocal disorders was observed. CONCLUSIONS: There is an association between presence of noise between the harmonics and vocal alteration, with high noise levels. Although most teachers presented mild voice alteration, the self-evaluation showed moderate alteration, probably due to the difficulty in projection.
OBJETIVO: Evaluar la asociación entre niveles de ruido presentes en centros de educación infantil y alteraciones vocales en educadoras. MÉTODOS: Estudio transversal con 28 educadoras de tres instituciones de educación infantil de Sao Paulo, Sureste de Brasil, en 2009. Los niveles de presión sonora se cuantificaron según Asociación Brasileña de Normas Técnicas, con uso de medidor de nivel de presión sonora. Los promedios se clasificaron según los niveles de conforto, incomodidad y daño auditivo propuestos por la Organización Panamericana de Salud. A las educadoras se les evaluó la voz: auto-evaluación con escala analógica visual, evaluación perceptivo-auditiva con escala GRBAS y análisis acústico con el programa Praat. Para análisis de asociación entre ruido y evaluación vocal, se utilizó estadística descriptiva y prueba de chi-cuadrado, con 10% de significancia debido al tamaño de la muestra. RESULTADOS: Las educadoras presentaban edades entre 21 y 56 años. El promedio de ruido fue 72,7dB, considerado daño 2. La auto-evaluación vocal de las profesionales presentó promedio de 5,1 en la escala, considerada alteración moderada. En la evaluación perceptivo-auditiva, 74% presentaron alteración vocal, principalmente ronquera; de estas, 52% fueron consideradas alteraciones leves. La mayor parte presentó frecuencia fundamental por debajo de lo esperado en la evaluación acústica. Promedios de jitter, shimmer y proporción armónico-ruido estaban alterados. Presencia de ruido entre los armónicos se asoció a alteración vocal. CONCLUSIONES: Hubo asociación entre presencia de ruido entre armónicos y alteración vocal, con elevados niveles de ruido. A pesar de que la mayoría de las educadoras presentaron voz alterada en grado reducido, la auto-evaluación mostró alteración moderada, probablemente por la dificultad de proyección.