OBJETIVO: Estudos que avaliem as características e o gerenciamento de pacientes asmáticos hospitalizados têm sido limitados a um número pequeno de serviços e a curtos períodos de duração. O presente estudo avaliou alterações de longo prazo de pacientes asmáticos hospitalizados em um grande número de serviços. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, observacional, de base hospitalar, denominado Estudo sobre Asma Grave na América Latina e Espanha, realizado na Espanha e em oito países da América Latina. Foi realizada uma revisão dos registros hospitalares de 3.038 pacientes (variação de idade, 15-69 anos) hospitalizados com asma aguda grave em um dos 19 hospitais terciários em 1994, 1999 e 2004. RESULTADOS: Ao longo do tempo, o uso de corticosteroides inalatórios e de β2-agonistas aumentou significativamente, ao passo que o uso de teofilina, como medicação de controle, decaiu. A utilização de testes de função pulmonar também aumentou. Houve uma redução significativa da média do tempo de internação (8,5 dias, 7,4 dias e 7,1 dias em 1994, 1999 e 2004, respectivamente; p = 0,0001) e um aumento significativo da média do menor pH arterial na admissão. Em contrapartida, houve uma diminuição significativa na proporção de casos submetidos ao PFE no pronto-socorro (48,6% em 1994 vs. 43,5% em 2004; p = 0,0001). O tratamento e o gerenciamento da asma foram, de forma geral, melhores na Espanha que na América Latina. CONCLUSÕES: Embora tenha havido avanços no gerenciamento da asma entre exacerbações graves e durante a hospitalização, esse gerenciamento continua subotimizado na Espanha e, em especial, na América Latina.
OBJECTIVE: Studies assessing the characteristics and management of patients hospitalized with asthma have been limited to a small number of facilities and have evaluated short time periods. The present study evaluated long-term changes among hospitalized asthma patients at a large number of facilities. METHODS: This was a retrospective, hospital-based observational case series, designated the Study of Severe Asthma in Latin America and Spain, which was conducted in Spain and in eight Latin-American countries. We reviewed the hospital records of 3,038 patients (age range, 15-69 years) hospitalized with acute severe asthma at one of nineteen tertiary-care hospitals in 1994, 1999 and 2004. RESULTS: Over time, the use of inhaled corticosteroids and long-acting β2 agonists increased significantly, whereas the use of theophylline as a controller medication decreased. The utilization of pulmonary function tests also increased. There was a significant reduction in the mean hospital stay (8.5 days, 7.4 days and 7.1 days in 1994, 1999 and 2004, respectively, p = 0.0001) and a significant increase in the mean of the lowest arterial pH at hospital admission. In contrast, there was a significant decrease in the proportion of cases in which PEF was determined in the emergency room (48.6% in 1994 vs. 43.5% in 2004, p = 0.0001). We found the quality of asthma management and care to be generally better in Spain than in Latin America. CONCLUSIONS: Although there have been certain improvements in the management of asthma between severe exacerbations and during hospitalization, asthma management remains suboptimal in Spain and, especially, in Latin America.