Persistência da artéria trigeminal (PAT) é a comunicação embrionária mais frequente entre os sistemas carotídeo e vertebrobasilar. No entanto, alterações hormonais ou associação de PAT com outras lesões selares, como adenomas hipofisários, são extremamente raros. O objetivo do presente estudo foi relatar dois pacientes com PAT intrasselar e concomitante adenoma hipofisário e enfatizar a importância para o diagnóstico diferencial de lesões selares. Caso 1. Paciente do sexo feminino, 41 anos, admitida com história de cefaleia crônica (> 20 anos). Ressonância magnética (RM) de hipófise mostrou imagem arredondada na porção esquerda da glândula sugestiva de adenoma (provavelmente adenoma clinicamente não funcionante). Adicionalmente, a RM demonstrou ectasia da artéria carótida interna direita e imagem sugestiva de artéria intrasselar, posteriormente confirmada por angio-RM dos vasos cerebrais como PAT. Caso 2. Paciente do sexo feminino, 42 anos, admitida com história de amenorreia e galactorreia em 1994. A investigação laboratorial revelou hiperprolactinemia. RM de hipófise mostrou pequena área de hipossinal na porção anterior da glândula sugestiva de microadenoma, sendo iniciado agonista dopaminérgico. Na evolução, além da primeira lesão, a RM mostrou uma imagem arredondada bem delimitada dentro da glândula pituitária semelhante a vaso sanguíneo. Angio-RM confirmou PAT primitiva esquerda. A falta de reconhecimento de tais vasos anômalos dentro da sela túrcica pode levar a sérias complicações durante a cirurgia transesfenoidal. Portanto, apesar de sua ocorrência não ser comum, o conhecimento de lesões vasculares dentro da sela túrcica ou glândula hipofisária é importante para o diagnóstico diferencial de lesões da hipófise, especialmente com adenomas hipofisários.
Persistent trigeminal artery (PTA) is the most frequent embryonic communication between the carotid and vertebrobasilar systems. However, hormonal changes or the association of PTA with other sellar lesions, such as pituitary adenomas, are extremely rare. The aim of the present study was to report two patients with intrasellar PTA and simultaneous pituitary adenoma in order to emphasize the importance of differential diagnoses for sellar lesions. Case 1. A female patient, 41 years old, was admitted with a history of chronic headache (> 20 years). Pituitary magnetic resonance imaging (MRI) showed a rounded lesion in the left portion of the pituitary gland suggestive of adenoma (most likely clinically non-functioning adenoma). In addition to this lesion, the MRI demonstrated ecstasy of the right internal carotid artery and imaging suggestive of an intrasellar artery that was subsequently confirmed by an angio-MRI of the cerebral vessels as PTA. Case 2. A female patient, 42 years old, was admitted with a history of amenorrhea and galactorrhea in 1994. Laboratorial investigation revealed hyperprolactinemia. Pituitary MRI showed a small hyposignal area in the anterior portion of pituitary gland suggestive of a microadenoma initiated by a dopaminergic agonist. Upon follow-up, aside from the first lesion, the MRI showed a well delineated rounded lesion inside the pituitary gland, similar to a vessel. Angio-MRI confirmed a left primitive PTA. Failure to recognize these anomalous vessels within the sella might lead to serious complications during transsphenoidal surgery. Therefore, although their occurrence is uncommon, a working knowledge of vascular lesions in the sella turcica or pituitary gland is important for the differential diagnosis of pituitary lesions, especially pituitary adenomas.