OBJETIVO: Estimar o nível de gravidade de acidentes de trabalho e fatores associados. MÉTODOS: Estudo longitudinal realizado em Salvador, BA, conduzido com todos os 406 casos de acidentes de trabalho atendidos em duas unidades de emergência de hospitais públicos, entre junho e agosto de 2005. Os participantes foram identificados durante a admissão no serviço de emergência e entrevistados mensalmente em suas residências, até o retorno ao trabalho ou finalização do tratamento. A gravidade foi definida com a Abbreviated Injury Scale utilizada para calcular escores do Injury Severity Score. Foram estimadas a letalidade e a mortalidade hospitalar, permanência e internação na unidade de terapia intensiva (UTI). Variáveis descritoras foram sexo, idade, ramo de atividade econômica e ocupação. Empregaram-se proporções, razões de proporções e intervalos de confiança para a inferência estatística e média e teste t de Student para variáveis normais contínuas. RESULTADOS: A maior parte dos 406 casos foi de gravidade leve (39,4%) e moderada (38,7%), seguida pelos de nível sério (17,2%), severo (3,2%) e crítico (1,5%). A letalidade global foi 0,7% e 5,0% entre os que ficaram internados (14,8%), enquanto a média de hospitalização foi 3,2 dias (DP=2,8). Três casos (0,7%) necessitaram UTI (média= 8,4 dias, DP=1,2). A maior parte dos casos graves ocorreu entre os homens e os que tinham mais que 37 anos de idade. Acidentes com trabalhadores de transporte (RP=2,20; IC 90%: 1,06;4,58) e comércio (RP=1,85 IC 90%: 1,14;3,00) foram mais graves do que o do grupo referente. A proporção de acidentes graves foi 54% maior entre os de trajeto em comparação com os típicos. No total foram 325 dias de hospitalização e 34 dias de permanência em UTI. CONCLUSÕES: Foi elevada a gravidade de acidentes de trabalho, especialmente os ocorridos com trabalhadores do ramo de transporte e comércio, repercutindo nos serviços de emergência e ocupação de leitos hospitalares e UTI.
OBJECTIVE: To estimate the severity of occupational injuries and associated factors. METHODS: Longitudinal study performed in the city of Salvador, Northeastern Brazil, with all 406 occupational injury cases treated in two emergency rooms of public hospitals, between June and August 2005. Participants were identified during admission to the emergency room and interviewed monthly in their homes, until returning to work or ending the treatment. Severity was defined by the Abbreviated Injury Scale, used to calculate scores from the Injury Severity Score. Hospital lethality and mortality, and length of inpatient and intensive care unit (ICU) stay were estimated. Descriptive variables were sex, age, economic field of activity and occupation. Proportions, proportion ratios and confidence intervals were used for statistical inference and mean, and the Student t test for normal continuous variables. RESULTS: The majority of the 406 cases had a mild (39.4%) and moderate severity (38.7%), followed by serious (17.2%), severe (3.2%) and critical severity (1.5%). Overall lethality was 0.7% and 5.0% among those who stayed for inpatient treatment (14.8%), whereas mean length of inpatient stay was 3.2 days (SD=2.8). A total of three cases (0.7%) required ICU (mean=8.4 days, SD=1.2). The majority of serious cases occurred among men and those older than 37 years of age. Injuries among transport (PR=2.20; 90% CI: 1.06;4.58) and retail workers (PR=1.85; 90% CI: 1.14;3.00) were more serious than those in the reference group. Proportion of serious injuries was 54% higher among commuting accidents than among typical ones. In all, there were 325 days of inpatient stay and 34 days of ICU stay. CONCLUSIONS: Severity of occupational injuries was high, especially those occurring among transport and retail workers, thus affecting emergency services and hospital bed and ICU occupancy.
OBJETIVO: Estimar el nivel de gravedad de accidentes de trabajo y factores asociados. MÉTODOS: Estudio longitudinal realizado en la cuidad de Salvador, Nordeste de Brasil, conducido con todos los 406 casos de accidentes de trabajo atendidos en dos unidades de emergencia de hospitales públicos, entre junio y agosto de 2005. Los participantes fueron identificados durante la admisión en el servicio de emergencia y entrevistados mensualmente en sus residencias, hasta el retorno al trabajo o finalización del tratamiento. La gravedad fue definida con la Abbreviated Injury Scale utilizada para calcular escores del Injury Severity Score. Fueron estimadas la letalidad y la mortalidad hospitalaria, permanencia e internación en la unidad de terapia intensiva (UTI). Variables descriptoras fueron sexo, edad, área de actividad económica y ocupación. Se emplearon proporciones, razones de proporciones e intervalos de confianza para la inferencia estadística y promedio y prueba t de Student para variables normales continuas. RESULTADOS: La mayor parte de los 406 casos fue de gravedad leve (39,4%) y moderada (38,7%), seguida por los de nivel serio (17,2%), severo (3,2%) y crítico (1,5%). La letalidad global fue 0,7% y 5,0% entre los que permanecieron internados (14,8%), mientras que el promedio de hospitalización fue 3,2 días (DE=2,8). Tres casos (0,7%) necesitaron UTI (promedio= 8,4 días, DE=1,2). La mayor parte de los casos graves ocurrió entre los hombres y los que tenían más de 37 años de edad. No hubo diferencias socioeconómicas estadísticamente significativas. Accidentes con trabajadores de transporte (RP= 2,20; IC 90%: 1,06;4,58) y comercio (RP=1,85; IC 90%: 1,14;3,00)) fueron más graves que el grupo referido. La proporción de accidentes graves fue 54% mayor entre los de trayecto en comparación con los típicos. En total fueron 325 días de hospitalización y 34 días de permanencia en UTI. CONCLUSIONES: Fue elevada la gravedad de accidentes de trabajo, especialmente los ocurridos con trabajadores del área de transporte y comercio, repercutiendo en los servicios de emergencia y ocupación de camas de hospital y UTI.