Resumo O objetivo do estudo foi analisar quantitativamente resultados de testes rápidos de vírus da imunodeficiência humana (HIV), sífilis e hepatites crônicas na população carcerária em complexo penitenciário de Salvador (BA). Trata-se de um estudo transversal. A amostra foi composta por homens privados de liberdade no período de agosto de 2018 a agosto de 2020, com testes rápidos sendo realizados. Para análise dos dados foi utilizada estatística descritiva e razão de prevalência com os respectivos intervalos de confiança de 95%. Foram estudados 6.160 homens, com maioria (93,1%) de pretos e pardos, residentes de Salvador (65,8%), com escolaridade predominante de ensino fundamental (65,3%). Das pessoas privadas de liberdade, 581 (9,4%) obtiveram resultado reagente para uma ou mais IST, sendo sífilis a mais prevalente (80%). As variáveis idade maior de 25 anos [RP = 1,37 IC95% (1,17-1,61)] e nível de escolaridade sem presença de ensino superior [RP = 2,16 IC95% (1,04-4,49)] se mostraram associadas à maior taxa de positividade nos testes, enquanto o não compartilhamento de drogas em algum momento da vida mostrou ser fator protetor à positividade nos testes [RP = 1,28 IC95% (1,07-1,53)]. Conclui-se que existiu uma baixa prevalência das IST na amostra estudada, sendo sífilis a mais prevalente.
Abstract This study aimed to quantitatively analyze the results of rapid tests for Human Immunodeficiency Virus (HIV), Syphilis, and Chronic Hepatitis in the prison population in a prison complex in Salvador (BA), Brazil. This cross-sectional study consisted of a sample of men incarcerated from August 2018 to August 2020 submitted to rapid tests. Descriptive statistics and prevalence ratios with respective 95% confidence intervals were employed to analyze data. A total of 6,160 men were studied. Most were black and brown (93.1%) and resided in Salvador (BA), Brazil (65.8%), with predominantly elementary schooling level (65.3%). Five hundred eighty-one (9.4%) people deprived of their liberty were positive for one or more STIs, and Syphilis was the most prevalent (80%). The variables age greater than 25 years [PR = 1.37 95%CI (1.17-1.61)] and schooling level without Higher Education [PR = 2.16 95%CI (1.04-4.49)] were associated with a higher positivity rate in tests, while not sharing drugs was a protective factor for test positivity [PR = 1.28 95%CI (1.07-1.53)]. We concluded that there was a low prevalence of STIs in the sample studied, and Syphilis was the most prevalent.