Em um sistema de recomendação de adubação, o diagnóstico da disponibilidade de K do solo e o estabelecimento de níveis de suficiência são dificultados pela possibilidade de contribuição de formas não trocáveis de K para a nutrição das plantas. Devido à sua magnitude, essa contribuição é bem diagnosticada em experimentos de longa duração e que comparem sistemas de adubação com balanços positivos e negativos em termos de reposição do K extraído pelas plantas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a disponibilidade de K em um Argissolo com histórico de 16 anos de adição de doses desse nutriente. O trabalho foi realizado em um experimento instalado em 1991 e conduzido até 2007, na área experimental do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria (RS). O solo foi um Argissolo Vermelho distrófico típico submetido a quatros doses de K (0, 60, 120 e 180 kg ha-1 K2O), subdivididas no segundo ano, a partir do qual foram reaplicados 60 kg ha-1 de K2O nas subparcelas em 0, 1, 2 e 3 vezes. A partir do quinto ano, o procedimento foi repetido. Avaliaram-se a produção de grãos e de matéria seca e o teor total de K contido no tecido. Amostras de solo foram coletadas, secas, moídas, passadas em peneira e submetidas à análise de K trocável, pelo extrator de Mehlich-1; de K não trocável, pelo HNO3 1 mol L-1 fervente; e de K total, pelo HF. Os programas de adubação potássica devem prever o estabelecimento de um nível de suficiência, a partir do qual a dose recomendada deve acompanhar as necessidades das culturas, que coincidem com a quantidade exportada pelos grãos, não sendo necessária a criação de amplas faixas de disponibilidade de K para predição da adubação. Adotando-se as recomendações de adubação potássica assim propostas, não haverá translocação de K no perfil do solo.
In a system in which fertilization is recommended, diagnosis of soil K availability and the establishment of critical levels are made difficult by the possibility of a contribution of non-exchangeable forms of K for plant nutrition. Due to its magnitude, this contribution is well diagnosed in long term experiments and in those which compare fertilization systems with positive and negative balances in terms of replacement of the K extracted by plants. The objective of this study was to evaluate K availability in a Hapludalf under fertilization for sixteen years with the addition of K doses. The study was undertaken in an experiment set up in 1991 and carried out until 2007 in the experimental area of the Soil Department of the Federal University of Santa Maria (Universidade Federal de Santa Maria - UFSM), in Santa Maria (RS), Brazil. The soil was a Typic Hapludalf submitted to four doses of K (0, 60, 120 and 180 kg ha-1 K2O) and subdivided in the second year, when 60 kg ha-1 of K2O were reapplied in the subplots in 0, 1, 2 and 3 times. As of the fifth year, the procedure was repeated. Grain yield above ground dry matter and total K content contained in the plant tissue were evaluated. Soil samples were collected, oven dried, ground, passed through a sieve and submitted to exchangeable K analysis by the Mehlich-1 extractor; non-exchangeable K by boiling HNO3 1 mol L-1 and total K by HF digestion. Potassium fertilization guidelines should foresee the establishment of a critical level as of which the recommended dose should accompany crop needs, which coincides with the quantity exported by the grain, without there being the need for the creation of broad ranges of K availability to predict K fertilization. In adopting the K fertilization recommendations proposed in this manner, there will not be K translocation in the soil profile.