Introducción: el crecimiento sostenido del gasto en salud observado a nivel mundial ha dado lugar a la necesidad de asignar eficientemente los recursos. Para ello, las evaluaciones económicas constituyen una valiosa herramienta para la toma de decisiones en el sector salud. Para su implementación se deben estimar los costos de las alternativas a ser evaluadas. Entre los estudios de costos se encuentran los que estiman los costos de enfermedades, los cuales permiten identificar, cuantificar y valorar todos los recursos económicos comprendidos en una decisión relativa al proceso de salud-enfermedad-atención. Objetivo: describir cómo las diferentes perspectivas de análisis pueden modificar la estimación de costos de una condición de salud. Materiales y métodos: se realizó un estudio descriptivo con base en una revisión no sistemática de la literatura acerca de la perspectiva de análisis en los estudios de costos de enfermedades en el periodo comprendido entre 1960 y 2015. Resultados: se observa que las estimaciones de los costos asociados a una enfermedad consideran, en la mayoría de las perspectivas, solo los costos directos sanitarios derivados de las prestaciones necesarias para la prevención y tratamiento de enfermedades. Salvo desde la perspectiva del paciente y su familia, los costos directos no sanitarios no suelen incluirse en las valoraciones económicas de una enfermedad. Los costos indirectos e intangibles solo están presentes en forma indirecta cuando desde la perspectiva del profesional, el Estado o el tercer pagador se toman decisiones en función de estudios del tipo costo-utilidad en los que subyace la calidad de vida de los pacientes. Discusión: no reconocer todos los costos que intervienen en una enfermedad puede subestimar el impacto económico de la misma dando lugar a políticas sanitarias incorrectas, ineficiente asignación de recursos y evaluaciones parciales de los costos asociados a tratamientos o alternativas disponibles, lo cual podría sesgar los resultados obtenidos en estudios del tipo costo efectividad utilizados para guiar la práctica médica y la cobertura de prestaciones
Introduction: The worldwide sustained growth of health spending leads us to study the efficient resources allocation of the health sector. In this context, economic evaluations constitute a valuable tool for decision making. In order to do so, it is necessary to estimate the costs of the evaluated alternatives. Cost studies include disease costs estimations which identify, quantify and evaluate all the economic resources involved in a health-disease-care process decision. Objective: Describe how the different perspectives of analysis can modify the cost estimations of the same health condition. Materials and methods: Descriptive study based on a non-systematic review of the literature about the analysis' perspective of the studies regarding the costs of the diseases during the period 1960-2015. Results: It is observed that, in most cases, the cost estimates consider the direct health costs derived from the benefits of the prevention and treatment of diseases. The perspective of the patient and his/her family presents an exception. From this perspective direct nonhealth costs are not usually included in the economic valuations of a disease. Indirect and intangible costs are only indirectly taken into account from the perspective of the professional, the state or the third-party payer, when decisions are made based on cost-utility studies that underlie the quality of life of patients. Discussion: Not recognizing all the costs involved in a disease may underestimate the economic impact of the disease leading to incorrect health policies, inefficient allocation of resources and partial assessments of the costs associated with available treatments or alternatives, which could bias the results obtained in cost-effectiveness studies used to guide medical practice and benefit coverage
Introdução: o crescimento sustentado do gasto em saúde observado no nível mundial tem dado lugar à necessidade de atribuir eficientemente os recursos. Para isso, as avaliações económicas constituem uma valiosa ferramenta para a tomada de decisões no setor saúde. Para a sua implementação devem-se estimar os custos das alternativas a ser avaliadas. Entre os estudos de custos encontram-se os que estimam os custos de doenças, os quais permitem identificar, quantificar e valorar todos os recursos económicos compreendidos em uma decisão relativa ao processo de saúde-doença-atenção. Objetivo: propõe-se descrever como as diferentes perspectivas de análise podem modificar a estimação de custos de uma condição de saúde. Material e métodos: se realizou um estudo descritivo com base a uma revisão não sistemática da literatura acerca da perspectiva de análise nos estudos de custos de doenças incluindo trabalhos de investigação no período compreendido entre 1960 e 2015. Resultados: observa-se que as estimulações dos custos associados a uma doença consideram, na maioria das perspectivas, só os custos diretos sanitários derivados das prestações necessárias para a prevenção e tratamentos de doenças. Salvo desde a perspectiva do paciente e a sua família, os custos diretos não sanitários não costumam incluir-se nas valorações económicas da uma doença. Os custos indiretos e intangíveis só estão presentes em forma indireta quando desde a perspectiva do profissional, o Estado ou o terceiro pagador se tomam decisões em função de estudos do tipo custo-utilidade nos que subjaze a qualidade de vida dos pacientes. Discussão: não reconhecer todos os custos que intervém em uma doença pode subestimar o impacto económico da mesma, dando lugar a políticas sanitárias incorretas, ineficiente atribuição de recursos e avaliações parciais dos custos associados a tratamentos ou alternativas disponíveis, o qual poderia enviesar os resultados obtidos em estudos do tipo custo efetividade utilizados para guiar a prática médica e a cobertura de prestações