OBJETIVO: Caracterizar práticas alimentares e fatores de risco associados a transtornos do comportamento alimentar entre estudantes de nutrição do município do Rio de Janeiro. MÉTODOS: Estudo seccional junto a um segmento populacional apontado na literatura como de risco para o surgimento de transtornos alimentares. Utilizaram-se o Teste de Investigação Bulímica de Edimburgo (BITE), o Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) e uma variável que considera os dois instrumentos associados (Nunes et al., 2001). RESULTADOS: Analisaram-se 193 estudantes do sexo feminino, com média de idade de 20,9 anos ± 2 anos. Detectou-se resultado positivo em 14% (intervalo de confiança [IC] 95%: 9,4%-20%) no EAT-26. No BITE, para sintomas elevados e gravidade intensa, foram encontradas prevalências de 5,7% (IC 95%: 2,9%-10%) e 3,2% (IC 95%: 1,2%-6,9%), respectivamente. Quando combinados EAT-26 positivo e BITE com gravidade intensa e sintomas elevados, constataram-se correlações positivas com prevalências de 64,7% (p < 0,001) e 36,4% (p < 0,001), respectivamente. Das mulheres que apresentaram EAT-26 positivo, 88,5% encontram-se na faixa de normalidade do índice de massa corporal (IMC) (p < 0,031). CONCLUSÕES: Deve-se atentar para comportamentos de risco para transtornos alimentares no grupo, uma vez que esses distúrbios serão objeto de sua prática profissional, podendo comprometê-la nos casos em que nutricionistas sejam portadores de síndromes instaladas ou comportamentos precursores.
OBJECTIVE: To characterize risky eating habits and factors related to eating disorders among nutrition students in the city of Rio de Janeiro METHODS: Sectional study with a segment of the population pointed out in literature as being at risk of developing eating disorders. The Bulimic Investigatory Test Edinburgh (BITE) questionnaire, the Eating Attitudes Test (EAT-26) questionnaire and a variable which considers the two related tools (Nunes et al, 2001) were used. RESULTS: One hundred ninety-three female students were studied, being 20.9 years old on the average ± 2 years. A positive result of 14% (IC 95%: 9.4%-20%) in the EAT-26 was observed. In the BITE advanced symptoms and scores in the serious range were found in 5.7% (IC 95%: 2.9%-10%) and 3.2% (IC 95%: 1.2%-6.9%), respectively. When positive EAT-26 results were combined with serious range BITE scores and advanced symptoms, positive correlations were found in 64.7% (p < 0.001) and 36.4% (p < 0.001), respectively. Of the women who showed positive EAT-26, 88.5% were within the normal range of the body mass index (BMI) (p < 0.031). CONCLUSIONS: One must pay close attention to the tendencies towards eating disorders in the group, since these disorders will be a focus of their professional practice, which could compromise their work in the cases where nutritionists already present syndromes or tendencies towards disorders.