Objetivou-se com este estudo analisar os efeitos de diferentes métodos de castração de machos mestiços de raças de origem leiteira, sobre as características de carcaça e da carne, em comparação com animais não-castrados. Foram utilizados 84 machos, com idade média de dez meses, distribuídos em quatro grupos de 21 animais: castrados com o uso de burdizzo, por meio de incisão lateral na bolsa escrotal, por remoção do tampão (ápice da bolsa escrotal) ou não-castrados. O abate dos animais ocorreu em frigorífico comercial, aos 30 meses de idade. Animais não-castrados apresentaram maior peso de carcaça fria (208,0±6,2 kg) do que os castrados por diferentes métodos (média 192,0±6,4 kg). Não houve diferença para a espessura de gordura entre os grupos experimentais, mas quando a medida foi ajustada ao peso de carcaça, observou-se maior cobertura de gordura nos animais castrados com burdizzo (0,79±0,08 mm/100 kg) ou por incisão lateral (0,86±0,09 mm/100 kg) do que os não-castrados (0,61±0,05 mm/100 kg). A área de olho de lombo foi maior nos machos não-castrados (60,47±1,94 cm²) do que os castrados com burdizzo (50,41±3,18 cm²). Não houve diferença para as relações músculo/osso e músculo+gordura/osso entre os grupos, mas a relação músculo/gordura foi maior nos animais não-castrados em relação aos castrados pela remoção do tampão e estes superiores aos castrados por incisão lateral. Não houve diferença entre as características sensoriais da carne, mas o grau de marmoreio foi maior nos animais castrados com burdizzo (2,33±0,20 pontos) ou castrados pela remoção do tampão (2,39±0,20 pontos) do que os bovinos não-castrados (1,77±0,12 pontos). O método de castração em bovinos mestiços de origem leiteira abatidos com peso reduzido não promove alterações na qualidade da carcaça e da carne dos animais, mas animais não-castrados apresentam maiores peso de abate e peso de carcaça fria, alem de maior porcentagem de músculo na carcaça e melhor relação músculo/gordura do que os castrados.
The objective of this study was to assess the effects of different castration methods applied to dairy crossbred males on carcass and meat traits, compared with non-castrated animals. Eighty-four males, with average age of ten months, were randomized into four groups of 21 animals: castrated using burdizzo tool, castrated by lateral incision in scrotum, castrated by cap removing (scrotum apex) or kept intact (non-castrated). The slaughter of animals occurred in commercial slaughterhouse, at 30 months of age. Non-castrated animals showed higher cold carcass weight (208.0±6.2 kg) than the males castrated by different methods (mean 192.0±6.4 kg). There was no difference in subcutaneous fat thickness among the groups, but when the measure was adjusted for carcass weight, there was a higher fat cover in animals castrated with burdizzo (.79± .08 mm/100 kg) or lateral incision (.86± .09 mm/100 kg) than non-castrated (.61± .05 mm/100 kg). Longissimus dorsi area was higher in non-castrated males (60.47±1.94 cm²) than males castrated with burdizzo tool (50.41±3.18 cm²). There was not statistical difference for muscle/bone and muscle+fat/bone ratios among the groups, but the muscle/fat ratio was higher in non-castrated animals compared to castrated by cap removing and these were greater than castrated by lateral incision. There was no difference of meat sensorial characteristics, but the marbling score was higher in castrated with burdizzo tool (2.33± .20 points) or castrated by cap removing (2.39± .20 points) than the non castrated (1.77 ± 0.12 points). Castration method in crossbred dairy cattle males slaughtered with low weight does not promote changes in carcass and meat quality, but non-castrated animals have higher slaughter and cold carcass weights, and higher muscle percentage and muscle / fat ratio than castrated males.