Resumo: Introdução: A pandemia de Covid-19 agrava as desigualdades sociais e torna urgente olhar para as populações vulneráveis, especialmente as mulheres. O isolamento social e a crise econômica intensificam a violência contra as mulheres e dificultam seu acesso à saúde. Desenvolvimento: O reconhecimento das vulnerabilidades sociais desse grupo na pandemia reitera a necessidade de uma formação médica atenta às desigualdades de gênero e alinhada às políticas públicas de saúde da mulher no SUS. Este ensaio tem como objetivo refletir sobre as competências necessárias aos graduandos em Medicina, buscando uma atenção integral à saúde da mulher e em diálogo com as políticas públicas vigentes e as DCN. Este texto está organizado em quatro áreas: saúde materno-infantil, saúde sexual, direitos reprodutivos e cuidados com mulheres no climatério e na menopausa. Conclusão: Observamos que, para garantir a saúde integral da mulher, as escolas médicas devem dar aos alunos oportunidades de aprender um conjunto de habilidades, para que, uma vez formados, possam: pautar sua conduta por evidências científicas, ouvir as mulheres, comunicar-se adequadamente com elas, respeitar suas singularidades em cada etapa do ciclo ginecológico, construir uma relação mais simétrica, adotar uma visão ampla de suas condições de vida e dar à mulher maior controle sobre o próprio corpo, a saúde, sexualidade e vida.
Abstract: Introduction: The COVID-19 pandemic has exacerbated social inequalities and further exposed the vulnerability of certain groups in society, especially women. Social isolation measures and the ensuing economic crisis have led to women suffering even greater levels of violence and more limited access to health. Development: The recognition of women’s social vulnerabilities during the pandemic reinforces the need for a medical education that takes heed of gender inequalities and is aligned to the public policies on Women's Health in the SUS. This essay aims to reflect on the skills needed by medical undergraduates, with a view to achieving comprehensive health care for women and in dialogue with current public policies and national curriculum guidelines. The study was organized in four areas: Maternal and Child Health; Sexual Health; Reproductive Rights and Care for Women in Perimenopause and Menopause. Conclusion: We observed that to ensure comprehensive women's health care, medical schools should give to students the opportunities to learn a skill set that will prepare them to: guide their conduct by scientific evidence, listen to women, communicate properly with them, respect their particular characteristics in each stage of the gynecological cycle, build more symmetrical relationships, adopt a broad view of their living conditions and give women greater control over their bodies, health, sexuality and life.