FUNDAMENTO: É possível que diferentes formas de locomoção, quando executadas a uma mesma velocidade, influenciem de forma distinta as respostas fisiológicas e perceptivas ao esforço. OBJETIVO: Comparar as respostas cardiorrespiratórias e de percepção subjetiva ao esforço, ao caminhar e ao correr nas mesmas velocidades, determinadas a partir da velocidade de transição caminhada-corrida (VTCC) MÉTODOS: A partir de uma amostra inicial de 453 sujeitos em serviço militar obrigatório, foram selecionados 12 homens adultos jovens e criteriosamente homogeneizados quanto ao sexo, idade, características antropométricas, condição aeróbica e experiência em exercícios na esteira rolante. Em sessões preliminares, foi determina individualmente a VTCC. Posteriormente, em três dias diferentes, os sujeitos caminharam e correram, em ordem balanceada, em cada uma das seguintes velocidades: VTCC, VTCC - 0,5 km/h e VTCC + 0,5 km/h, com obtenção de medidas de gases expirados, da frequência cardíaca (FC) e da percepção de esforço. RESULTADOS: O protocolo para detecção da VTCC mostrou-se altamente reprodutível (r=0,92; p<0,05). Na intensidade acima da VTCC, a percepção do esforço, a FC e as variáveis ventilatórias VE, VO2, VCO2 e R apresentaram valores maiores na caminhada em relação à corrida (p<0,05), enquanto na VTCC, e 0,5 km/h abaixo desta, a forma de locomoção não influenciou nas variáveis cardiorrespiratórias e perceptivas (p >0,05). CONCLUSÃO: A caminhada em velocidades acima da VTCC tende a ser mais estressante do ponto de vista fisiológico e perceptivo. Parece conveniente determinar individualmente a VTCC e padronizar a forma de locomoção para a uma prescrição mais fisiológica e fidedigna da intensidade dos exercícios aeróbios.
BACKGROUND: It is possible that different forms of locomotion, when carried out at the same speed, may have a distinct influence on the physiological and perceptual responses to exercise. OBJECTIVE: To compare the cardiorespiratory responses and the subjective perception of the effort to walk and run at the same speed, as determined from the walk-run transition speed (WRTS). METHODS: From an initial sample of 453 subjects enrolled in the compulsory military service, 12 young adult men were selected and carefully homogenized as to age, sex, anthropometric characteristics, aerobic condition and experience in a treadmill. In preliminary sessions, the individual WRTS was determined. Thereafter, on three different days, the subjects walked and ran in balanced order, in each of the following speeds: WRTS; WRTS - 0.5 km/h; WRTS + 0.5 km/h, so as to obtain exhaled gases, heart rate (HR) and perception of effort measurements. RESULTS: The protocol for WRTS detection was highly reproducible (r = 0.92, p <0.05). In an intensity of exercise above the WRTS, the perceived effort, the HR, and the ventilatory variables-VE, VO2, VCO2 and R-showed higher values during walking than during running (p <0.05), whereas at the WRTS and at the speed of 0.5 km/h below WRTS, the form of locomotion did not affect the cardiorespiratory and perceptual variables (p > 0.05). CONCLUSION: Walking at a speed above the WRTS tends to be more stressful to the subject, from a physiological and perceptual point of view. It seems appropriate to individualize the WRTS and standardize the form of locomotion for determining a more accurate and physiological intensity of the aerobe exercises.
FUNDAMENTO: Es posible que diferentes formas de locomoción, cuando se ejecutan a una misma velocidad, influyan de forma diferente sobre las respuestas fisiológicas y perceptivas al esfuerzo. OBJETIVO: Comparar las respuestas cardiorrespiratorias y de percepción subjetiva al esfuerzo, al caminar y al correr a las mismas velocidades, determinadas a partir de la velocidad de transición caminata-carrera (VTCC). MÉTODOS: A partir de una muestra inicial de 453 individuos en servicio militar obligatorio, se seleccionaron 12 hombres adultos jóvenes y homogeneizados criteriosamente en cuanto a sexo, edad, características antropométricas, condición aeróbica y experiencia en ejercicios en cinta sin fin. En sesiones preliminares, se determinó individualmente la VTCC. Posteriormente, en tres días diferentes, los individuos caminaron y corrieron, en orden balanceado, a cada una de las siguientes velocidades: VTCC, VTCC - 0,5 km/h y VTCC + 0,5 km/h, con obtención de medidas de gases expirados, de la frecuencia cardíaca (FC) y de la percepción de esfuerzo. RESULTADOS: El protocolo para detección de la VTCC se mostró altamente reproducible (r=0,92; p<0,05). En intensidad superior a la VTCC, la percepción del esfuerzo, la FC y las variables ventilatorias VE, VO2, VCO2 y R - presentaron valores mayores en la caminata con relación a la carrera (p<0,05), mientras que a la VTCC, y a 0,5 km/h por debajo de ésta, la forma de locomoción no influyó en las variables cardiorrespiratorias y perceptivas (p>0,05). CONCLUSIÓN: La caminata a velocidades superiores a la VTCC tiende a ser más estresante desde el punto de vista fisiológico y perceptivo. Parece conveniente determinar individualmente la VTCC y normalizar la forma de locomoción para una prescripción más fisiológica y fidedigna de la intensidad de los ejercicios aeróbicos.