O presente estudo buscou conhecer como vem se configurando as práticas em saúde mental na atenção básica, através de uma equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF), a fim de que novas reflexões sejam despertadas acerca da temática. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas e individuais, com dez profissionais da equipe de ESF, esses tinham entre 20 e 50 anos de idade, sendo todas mulheres. A partir da análise dos dados foram identificadas as seguintes práticas: atendimento diferencial, os grupos e visitas domiciliares, a responsabilização da família e a medicalização. Estas práticas foram articuladas com as concepções de saúde mental referidas pela equipe. Os resultados indicam que as práticas assistenciais refletem a concepção de saúde mental como doença/transtorno mental; poucas vezes houve referência a práticas de caráter promocional e preventivo à saúde mental. Com isso pode-se constatar que os princípios da integralidade e de um fazer para a clínica ampliada ainda não estão presentes na referida equipe de ESF. Para a concretização de uma clínica ampliada e integral se faz necessário equipes de ESF dispostas a assumir seu papel estruturante na rede de cuidados, construindo novas concepções e práticas, pautadas nas necessidades e subjetividades que envolvem os usuários que buscam o serviço, primando por articular a rede de serviços e as práticas promocionais e preventivas da saúde mental.
This study investigates practices in mental health at primary healthcare by a Family Health Strategy (ESF- Estratégia Saúde da Família) team, in order to prompt reflection on the subject. The survey was conducted through semi-structured and individual interviews with ten staff members of the ESF team, aged between 20 and 50 years, all women. Healthcare practices were described as "differential treatment", "groups and home visits", "accountability of the family", and "over-emphasis on medical interventions". The results indicate that the interviewees' concepts reflect practices that are heavily geared towards mental health as mental disease/disorder, which is the main focus of the team practices; these only rarely focus on health promotion and preventive mental care. Thus, it was seen that the principles of comprehensiveness and a wider clinical practice are still not present in the ESF team studied. For the implementation of a comprehensive and expanded healthcare practice, the ESF teams need to be willing to assume a pivotal role in structuring the healthcare network, building new concepts and practices that are governed by the needs and subjectivities of the users who seek the service, and striving to implement, within the network of services, practices aimed at promotion and prevention in mental healthcare.