RESUMO Trata-se de uma reflexão despertada pela participação da autora em uma Conferência Internacional sobre o Futuro dos Povos indígenas, organizada no ano 2000 pelo Centro de Estudos Beduínos da Universidade Ben-Gurion, em Beer Sheva, no Negev, em Israel. Múltiplos temas se entrelaçam, em breves pinceladas. A condição dos beduínos, pouco conhecida no Brasil, apresenta semelhanças com a de povos indígenas, no embate com Estados nacionais e exclusão em uma sociedade desigual. A autora aponta sua descoberta do poder da poesia oral beduína, em parte também escrita por protagonistas orais ou em versão árabe/inglês pelo estudioso Clinton Bailey. Nas entrelinhas, os sentimentos conflitantes de uma judia, neta de imigrantes de Odessa, fugitivos ainda do czarismo, educada com a utopia da defesa incondicional de todos os povos do mundo e da condenação de qualquer holocausto. Escrever sobre essa viagem é expressar, mesmo com décadas de atraso, a admiração pelos Beduínos e em especial por Ismael Abu-Saad, diretor do Centro, por seus livros, artigos e defesa dos direitos dos povos e excluídos, fundamentais para este ensaio. Tratase Trata indígenas 200 BenGurion, BenGurion Ben Gurion, Gurion Ben-Gurion Sheva Negev Israel entrelaçam pinceladas beduínos Brasil desigual beduína árabeinglês árabe inglês Bailey entrelinhas judia Odessa czarismo holocausto expressar atraso AbuSaad, AbuSaad Abu Saad, Saad Abu-Saad livros excluídos ensaio 20 2
ABSTRACT The following pages summarize thoughts brought about by the author’s participation in the 2000 International Conference on the Future of Indigenous Peoples, organized in 2000 by the Center for Bedouin Studies at Ben-Gurion University of the Negev, Beersheba, Israel. Multiple topics intertwine, in brief brushstrokes. The condition of the Bedouins, little known in Brazil, is similar to that of indigenous peoples, in their clash with the State and their exclusion in an unequal society. The author draws attention to her discovery of the power of Bedouin oral poetry, in part also written by the poems’ pr otagonists themselves, or in an Arabic/English version by scholar Clinton Bailey. Between the lines, the conflicting feelings of a Jew, granddaughter of immigrants from Odessa (who were still fugitives from tsarism), brought up believing in the utopia of unconditional defense of all peoples of the world and the condemnation of any holocaust. Writing about this journey is to express, even with decades of delay, admiration for the Bedouins and especially for Ismael Abu-Saad, director of the Center, whose books, articles and defense of the rights of all peoples and the socially excluded are fundamental in this essay. authors s 200 Peoples BenGurion Ben Gurion Negev Beersheba Israel intertwine brushstrokes Brazil society poetry poems themselves ArabicEnglish Arabic English Bailey lines Jew who tsarism, tsarism , tsarism) holocaust express delay AbuSaad, AbuSaad Abu Saad, Saad Abu-Saad books essay 20 2