INTRODUÇÃO: níveis inadequados de aptidão cardiorrespiratória na adolescência estão inversamente associados a fatores de risco cardiovasculares e metabólicos.OBJETIVO: verificar a associação da aptidão cardiorrespiratória com indicadores sociodemográficos e o estado nutricional em adolescentes.MÉTODOS: estudo transversal realizado em 627 adolescentes (361 moças), com idades de 14 a 17 anos, de ambos os sexos em uma cidade de médio/baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Foram coletadas as variáveis antropométricas (massa corporal - MC e estatura - EST) para a obtenção do índice de massa corporal (IMC=MCkg/ESTm2) e as informações sociodemográficas (idade, nível econômico e área de domicílio). Para análise da aptidão cardiorrespiratória baixa (teste correr/caminhar 1.600 metros), considerou-se o tempo de realização do teste igual ou superior a 7:45 minutos (min) e 7:30 min para os rapazes de 14 e de 15 a 17 anos, respectivamente, e o tempo de 10:30 min para as moças.RESULTADOS: a aptidão cardiorrespiratória baixa foi verificada em 35,3% dos rapazes e 35,5% das moças. Os rapazes pertencentes aos estratos econômicos menos favorecidos (Classe C: RP=0,54; IC95%=0,31-0,93; Classe: D+E: RP=0,46; IC95%=0,22-0,98) estiveram menos expostos a baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória. Por outro lado, os rapazes que nasceram com baixo peso (RP=1,49; IC95%=1,04-2,13) e os rapazes e as moças residentes na área urbana (rapazes: RP=1,79; IC95%=1,28-2,50; moças: RP=1,32; IC95%=0,99-1,75) apresentaram maiores probabilidades de terem baixa aptidão cardiorrespiratória.CONCLUSÃO: os indicadores que apresentaram associação com a aptidão cardiorrespiratória baixa para os rapazes foram área de domicílio urbana e nível econômico intermediário e baixo. Para as moças, o resultado associou-se somente com a área de domicílio. Sugerem-se intervenções para a promoção da saúde voltadas principalmente para os adolescentes residentes na área urbana e pertencentes aos estratos econômicos mais abastados.
INTRODUCTION: inadequate levels of cardiorespiratory fitness in adolescence are inversely associated with cardiovascular risk factors and metabolic disorders.OBJECTIVE: to assess the association among cardiorespiratory fitness and sociodemographic indicators and nutritional status in adolescents.METHODS: cross-sectional study carried out with 627 adolescents (361 girls), aged 14-17 years, of both sexes, living in a city of intermediate/low Human Development Index (HDI). Anthropometric variables (body mass - BM and height - HEI) were collected to obtain body mass index (BMI = BMkg/HEI m2), as well as demographic data (age, socioeconomic status and area of residence). The analysis of low cardiorespiratory fitness (1600-meter run/walk test) considered the time for the completion of the test equal to or longer than 7:45 min and 7:30 min for boys aged 14 and 15 -17 years, respectively, and 10:30 min for girls.RESULTS: low cardiorespiratory fitness was observed in 35.3% of boys and 35.5% of girls. Boys belonging to lower economic levels (Class C: RP=0.54, CI95%=0.31-0.93; Class D + E: RP=0.46, CI95%=0.22-0.98) were less exposed to low levels of cardiorespiratory fitness. On the other hand, boys with low birth weight (RP=1.49, CI95%=1.04-2.13) and boys and girls living in the urban area (boys: RP=1.79, CI95%=1.28-2.50; girls: RP=1.32, CI95%=0.99-1.75) were more likely to have low cardiorespiratory fitness.CONCLUSION: the indicators that were associated with low cardiorespiratory fitness for boys were living in the urban area and intermediate and low economic levels. For girls, the outcome was associated only with the area of residence. Interventions for health promotion primarily aimed at adolescents living in urban areas and belonging to higher economic levels should be implemented.
INTRODUCCIÓN: los niveles inadecuados de aptitud cardiorrespiratoria en la adolescencia están inversamente asociados a factores de riesgo cardiovasculares y metabólicos.OBJETIVO: Verificar la asociación de la aptitud cardiorrespiratoria con indicadores sociodemográficos y el estado nutricional en adolescentes.MÉTODOS: estudio transversal realizado en 627 adolescentes (361 del sexo femenino), con edades de 14 a 17 años, de ambos sexos de una ciudad de mediano/bajo Índice de Desarrollo Humano (IDH). Fueron colectadas las variables antropométricas (masa corporal - MC y estatura - EST) para la obtención del índice de masa corporal (IMC=MCkg/ESTm2) y las informaciones sociodemográficas (edad, nivel económico y área de domicilio). Para análisis de la aptitud cardiorrespiratoria baja (test correr/caminar 1.600 metros), se consideró el tiempo de realización del test igual o superior a 7:45 minutos (min) y 7:30 min para los muchachos de 14 y de 15 a 17 años, respectivamente, y el tiempo de 10:30 min para las muchachas.RESULTADOS: la aptitud cardiorrespiratoria baja fue verificada en 35,3% de los muchachos y 35,5% de las muchachas. Los muchachos pertenecientes a los estratos económicos menos favorecidos (Clase C: RP=0,54; IC95%=0,31-0,93; Clase: D + E: RP=0,46; IC95%=0,22-0,98) estuvieron menos expuestos a bajos niveles de aptitud cardiorrespiratoria. Por otro lado, los muchachos con bajo peso (RP=1,49; IC95%=1,04-2,13) y los muchachos y las muchachas residentes en el área urbana (muchachos: RP=1,79; IC95%=1,28-2,50; muchachas: RP=1,32; IC95%=0,99-1,75) presentaron mayores probabilidades de haber baja aptitud cardiorrespiratoria.CONCLUSIÓN: los indicadores que presentaron asociación con la aptitud cardiorrespiratoria baja para los muchachos fueron área de domicilio urbana y nivel económico intermedio y bajo. Para las muchachas, el resultado se asoció solamente con el área de domicilio. Se sugieren intervenciones para la promoción de la salud dirigidas principalmente para los adolescentes residentes en el área urbana y pertenecientes a los estratos económicos más elevados.