RESUMO Antecedentes: A estenose da artéria carótida aumenta o risco de evento isquêmico cerebral por meio da alteração de diferentes parâmetros hemodinâmicos cerebrais. Objetivo: Investigar como a hemodinâmica cerebral no segmento M1 da artéria cerebral média se altera em pacientes com estenose da artéria carótida, após tarefas motoras com ultrassonografia Doppler transcraniana (DTC). Métodos: Foram recrutados trinta e dois indivíduos saudáveis e 30 pacientes com estenose da artéria carótida sintomática unilateral. A população de pacientes foi dividida em três grupos de acordo com o grau de estenose (grupo 1: ≥50 a 69%, grupo 2: 70 a 89% e grupo 3: ≥90 a 99%). A DTC foi usada para medir o índice de pulsatilidade (IP) e a reatividade vasomotora cerebral (RVC). Resultados: No grupo de pacientes, foram observadas diferenças significativas para os valores de IP do lado sintomático (p=0,01) e aumentos médios da RVC (p=0,05), em comparação com os controles saudáveis. No entanto, a diferença não foi estatisticamente significativa para os valores de IP laterais assintomáticos e aumentos médios de RVC. Os resultados da comparação intergrupos mostraram percentagens significativamente maiores de aumentos da RVC do lado sintomático e assintomático no grupo 1, em comparação com os grupos 2 e 3 (p=0,001 e p=0,002, respectivamente). Conclusões: Nosso estudo mostrou que a autorregulação cerebral e os mecanismos hemodinâmicos estão prejudicados em pacientes com estenose da artéria carótida. Além disso, o comprometimento do IP e da RVC tende a piorar com o aumento dos graus de estenose. Além disso, este estudo demonstrou que a avaliação desses dois parâmetros hemodinâmicos na prática clínica pode ser útil para monitorar a evolução da estenose da artéria carótida.
ABSTRACT Background: Carotid artery stenosis increases cerebral ischemic event risk through changing different cerebral hemodynamic parameters. Objective: To investigate how cerebral hemodynamics in the M1 segment of middle cerebral artery change in patients with carotid artery stenosis, after motor tasks using transcranial Doppler sonography (TCD). Methods: Thirty-two healthy subjects and 30 patients with unilateral symptomatic carotid artery stenosis were recruited. The patient population was divided into three groups according to the degree of stenosis (group 1: ≥50 to 69%, group 2: 70 to 89% and group 3: ≥90 to 99%). TCD was used to measure the pulsatility index (PI) and cerebral vasomotor reactivity (CVR). Results: In the patient group, significant differences for symptomatic side PI values (p=0.01) and mean CVR increases (p=0.05) were observed, compared with the healthy controls. However, the difference was not statistically significant for asymptomatic side PI values and mean CVR increases. The results from the intergroup comparison showed significantly higher percentages of symptomatic and asymptomatic side CVR increases in group 1, compared with groups 2 and 3 (p=0.001 and p=0.002, respectively). Conclusions: Our study showed that cerebral autoregulation and hemodynamic mechanisms are impaired in patients with carotid artery stenosis. Furthermore, the impairment of PI and CVR tends to get worse with increasing degrees of stenosis. In addition, this study demonstrated that assessment of these two hemodynamic parameters in clinical practice might be helpful for monitoring the progress of carotid artery stenosis.