OBJETIVO: Determinar a prevalência de transtornos mentais comuns e analisar sua associação a condições de vida e inserção na estrutura ocupacional. MÉTODOS: Estudo transversal conduzido em 1993, em Olinda, PE, envolvendo 621 adultos de 15 ou mais anos em uma amostra domiciliar aleatória, aos quais se aplicaram o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) e um questionário socioeconômico. Estimaram-se os odds-ratios (OR) simples e ajustados, utilizando-se regressão logística. RESULTADOS: A prevalência total dos transtornos mentais comuns (TMC) foi de 35%. As variáveis relativas às condições de vida foram ajustadas entre si e por sexo, idade e situação conjugal. Apenas escolaridade (p<0,0001) e condições de moradia (p=0,02) mantiveram-se associadas aos TMC. Em relação à estrutura ocupacional, os trabalhadores manuais informalmente inseridos no processo produtivo (OR=2,21; IC95% 1,1-4,5), e os indivíduos com pior situação de renda familiar per capita (OR=2,87; IC95%1,4-5,8) apresentaram maior prevalência de TMC. CONCLUSÃO: Baixa escolaridade, baixa renda e exclusão do mercado formal de trabalho, expressões da estrutura das classes sociais, proporcionam situações de estresse contribuindo para a produção dos TMC.
OBJECTIVE: To determine the prevalence of common mental disorders (CMD) and evaluate their association with living conditions and occupational organization. METHODS: A cross-sectional survey of a random sample of private households was carried out in Olinda, Brazil, in 1993. The sample consisted of 621 adults aged 15 years or over and the participants were interviewed using the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) and a second questionnaire on social and economic characteristics. Crude and adjusted odds ratios were estimated using logistic regression analysis. RESULTS: The overall prevalence of CMD was 35%. Only the variables education level (p<0.0001) and housing conditions (p=0.02) showed an independent association with CMD after adjustment for other living conditions variables, sex, age and marital status. Regarding occupational organization, non-regulated blue-collar workers (OR=2.21; 95% CI 1.1-4.5) and subjects with the lowest per capita monthly household income (OR=2.87; 95%CI 1.4-5.8) showed a higher prevalence of CMD. CONCLUSIONS: Lower education level and income, exclusion from the law regulated labor market, and social class structure produce stressful situations increasing CMD.