OBJETIVO: Apresentar uma revisão sistemática e crítica dos achados mais recentes da literatura em relação a alterações estruturais avaliados por ressonância magnética nos transtornos de ansiedade. MÉTODO: Uma revisão da literatura dos últimos cinco anos foi realizada utilizando uma busca nos indexadores Medline, Lilacs e SciELO utilizando as seguintes palavras-chave: "anxiety", "panic", "agoraphobia", "social anxiety", "posttraumatic" e "obsessive-compulsive" cruzadas uma a uma com "magnetic ressonance", "voxel-based", "ROI" e "morphometry". RESULTADOS: Foram selecionados 134 artigos, sendo 41 foram incluídos nesta revisão. Estudos recentes mostram alterações morfológicas significativas entre os pacientes com transtorno de ansiedade e os controles saudáveis em várias regiões cerebrais. Apesar de achados contraditórios, sobretudo devido à variabilidade e às limitações nas metodologias utilizadas, algumas estruturas aparecem alteradas de forma mais consistente e relativamente específica em alguns transtornos de ansiedade, como o hipocampo e o córtex cingulado anterior no transtorno de estresse pós-traumático e o córtex orbitofrontal no transtorno obsessivo-compulsivo. CONCLUSÕES: A presente revisão aponta que a neuroimagem estrutural pode ser utilizada na busca de uma maior compreensão da neurobiologia dos transtornos de ansiedade. É possível que o rápido avanço das técnicas de neuroimagem, uma maior padronização das amostras e a associação de dados de diferentes modalidades permitam um maior entendimento deste cenário.
OBJECTIVE: The aim of the present report is to present a systematic and critical review of the more recent literature data about structural abnormalities detected by magnetic ressonance in anxiety disorders. METHOD: A review of the literature in the last five years was conducted by a search of the Medline, Lilacs and SciELO indexing services using the following key words: "anxiety", "panic", "agoraphobia", "social anxiety", "posttraumatic" and "obsessive-compulsive", crossed one by one with "magnetic resonance", "voxel-based", "ROI" and "morphometry". RESULTS: We selected 134 articles and 41 of them were included in our review. Recent studies have shown significant morphological abnormalities in various brain regions of patients with anxiety disorders and healthy controls. Despite some apparently contradictory findings, perhaps reflecting the variability and limitations of the methodologies used, certain brain regions appear to be altered in a consistent and relatively specific manner in some anxiety disorders. These include the hippocampus and the anterior cingulate cortex in posttraumatic stress disorder and the orbitofrontal cortex in obsessive-compulsive disorder. CONCLUSIONS: The present review indicates that structural neuroimaging has contributed to a better understanding of the neurobiology of anxiety disorders. Further development of neuroimaging techniques, better sample standardization and the integration of data across neuroimaging modalities may extend progress in this area.