Resumo A perda da aptidão funcional durante o envelhecimento pode comprometer a independência e qualidade de vida dos idosos. Sua avaliação é uma importante etapa do diagnóstico do estado de saúde dessa população. Objetivou-se propor valores normativos da aptidão funcional em idosas do sul do Brasil e comparar seus valores com idosas dos Estados Unidos, Estremadura (Espanha), Taiwan (China) e Espanha. A amostra do estudo foi composta por 1.783 idosas com idades entre 60,0 e 84,9 anos (média de 68,7 anos; desvio padrão de 6,3 anos), as quais efetuaram os testes motores propostos na "Senior Fitness Test" para a aptidão funcional em idosos. Os valores percentílicos, específicos para cada grupo etário, foram calculados para os sete componentes da aptidão funcional. O teste não paramétrico binomial foi utilizado para comparar o percentil 50 das idosas brasileiras com o das idosas de outras localidades. Foi possível observar que o rendimento das idosas nos testes de capacidade funcional reduziu com o avanço da idade. A média do IMC variou entre os grupos etários de 29,11 a 26,76kg/m2; Andar 6 minutos de 572,94 a 486,95 m, Flexão de antebraço de 17,51 a 15,11repetições, Sentar e levantar de 15,62 a 14,30 repetições, Sentar e Alcançar de 1,01 a -0,47 cm, Alcançar atrás das costas -4,92 a -10,52 cm e Sentado e caminhar de 5,96 a 6,83 seg. Os escores de aptidão funcional apresentaram clara diferença entre os países. Contudo, a direção e a magnitude das diferenças entre idosas de diferentes países variaram de acordo com o indicador de aptidão funcional. Houve importantes distinções entre os valores percentílicos de idosas brasileiras e os de outras localidades, sugerindo que a utilização de valores normativos internacionais pode subestimar ou superestimar limitaçõesfuncionais em idosas brasileiras.
Abstract Functional fitness loss during aging may compromise the quality of life and independence of older subjects. It is important to evaluate and diagnose the functional fitness of the elderly population. This study proposed normative functional fitness scores for a sample of elderly women from southern Brazil and compared values to their counterparts in the US, Extremadura (Spain), Taiwan (China) and Spain. The study sample consisted of 1,783 older women aged 60.0 to 84.9 years (mean 68.7 years; standard deviation 6.3 years) who performed the proposed motor tests of the "Senior Fitness Test" for functional fitness in older women. The percentile values specific to each age group were calculated based on the seven functional fitness components: body mass index, 6-minute walk, arm curl, 30-s chair stand, chair sit-and-reach, backscratch, and 8-feet up-and-go. The non-parametric binomial test compared the 50th percentile value of Brazilian older women with those from other countries. Older women´s performance in the functional capacity tests decreased across age groups. The mean BMI varied among age groups from 29.11 to 26.76 kg/m2, 6-minute walk from 572.94 to 486.95 m, arm curl from 17.51 to 15.11 repetitions, 30-schair stand from 15.62 to 14.30 repetitions, chair sit-and-reach from 1.01 to - 0.47 cm, back scratch from -4.92 to -10.52 cm and 8-feet up-and-go from 5.96 to 6.83 sec. Functional fitness scores among older women in different countries differed significantly. However, the direction and magnitude of differences were specific to the functional fitness component. Significant differences were observed in the normative scores, suggesting that the use of international normative scores in Brazilian older women may underestimate or overestimate potential functional limitations.