Resumo Objetivo: Analisar potenciais interações medicamentosas e reações adversas a anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) em idosos usuários de um serviço particular de distribuição de medicamentos. Método: Trata-se de um estudo prospectivo, exploratório e descritivo com abordagem quantitativa. Foram analisadas receitas e entrevistados idosos usuários de AINEs atendidos no serviço no período entre maio e setembro de 2014. A análise de interações medicamentosas foi realizada por meio de bases de dados informatizadas. Para a análise pós-comercialização das reações adversas foi utilizada a Escala de Probabilidade de Reação Adversa a Medicamentos. Para a análise estatística foram utilizados os testes Qui-quadrado e Exato de Fisher. Resultados: Foram incluídos 200 idosos com predomínio de mulheres (56,5%). A média de idade foi 65±10 anos. Os AINEs corresponderam a 38,7% dos medicamentos prescritos, entre eles: dipirona sódica (26,9%), nimesulida (22,8%) e cetoprofeno (16,3%); dos quais, 8,5% constavam na lista de medicamentos inapropriados para idosos. Foram identificadas 104 potenciais interações medicamentosas, sendo 24% de maior intensidade. Os AINEs com maior risco de interações foram cetoprofeno 46,2%, cetorolaco 14,4%, nimesulida 12,5% e diclofenaco 9,6%. No acompanhamento pós-comercialização, 30,5% dos idosos relataram sintomas indesejáveis após o uso de AINE, sendo desconforto estomacal (17%) o mais incidente. Conclusão: Conclui-se a importância do monitoramento do uso de AINEs em idosos devido ao aumento no risco de interações medicamentosas e reações adversas, associado à idade, doenças concomitantes, multiprescrição e polimedicação. A escolha de medicamentos apropriados para idosos, a reconciliação de todos os medicamentos em uso pelo paciente e a atenção farmacêutica efetiva são medidas que contribuem para o uso racional e seguro de AINEs.
Abstract Objective: The aim of the present study was to analyze potential drug interactions and adverse reactions to NSAIDs in elderly users of a private drug distribution service. Method: A prospective, exploratory and descriptive study with a quantitative approach was performed. The elderly users of NSAIDs attended by the service were interviewed and their prescriptions analyzed between May and September, 2014. Analysis of drug interactions was performed through computerized databases. The post-sales analysis of adverse reactions was performed using the Adverse Drug Reaction Probability Scale. Statistical analysis was performed with the Chi-squared and Fisher's Exact tests. Results: The study evaluated 200 elderly persons, among whom women predominated (56.5%). The average age was 65 years ±10. The NSAIDs accounted for 38.7% of prescription drugs used, and included dipyrone (26.9%), nimesulide (22.8%) and ketoprofen (16.3%). A total of 8.5% of such drugs were considered inappropriate medications for the elderly. A total of 104 potential drug interactions were identified, of which 24% were considered highly clinically significant. The NSAIDs with the greatest risk of interactions were ketoprofen 46.2%, ketorolac 14.4%, nimesulide 12.5% and diclofenac 9.6%. In post-sales monitoring 30.5% of the elderly persons reported undesirable symptoms after the use of NSAIDs, with stomach discomfort the most prevalent (17%). Conclusion: The present study confirmed the importance of monitoring the use of NSAIDs among the elderly due to the increased risk of drug interactions and adverse reactions associated with age, concomitant diseases, multi- prescriptions and polypharmacy. The choice of appropriate drugs for the elderly, the reconciliation of all the medications taken by the patient, and effective pharmaceutical care are measures that can contribute to the rational and safe use of NSAIDs.