RESUMO Objetivo Descrever e comparar indicadores de aptidão metabólica em corredores de trilhas de longa distância (ultra trail running) adultos do sexo masculino, de acordo com o nível de competição (regional ou nacional). Métodos Foram avaliados 44 corredores masculinos com média de idade de 36,5±7,2 anos classificados como de nível regional (n=25) ou nacional (n=19). Foi utilizado o teste de Wingate para avaliação da via anaeróbica, enquanto o teste incremental de corrida em esteira também foi realizado para determinar os limiares ventilatórios, o consumo máximo de oxigênio, a frequência cardíaca e a concentração de lactato ao final do protocolo. A comparação entre os grupos foi realizada por estatística teste t para amostras independentes. Resultados As variáveis obtidas do teste Wingate não diferiram de forma significativa entre os grupos. No que diz respeito à aptidão aeróbica, foram encontradas diferenças significativas entre variáveis expressas em valores absolutos no segundo limiar ventilatório (corredores de nível regional: 3,78±0,32L.min-1; corredores de nível nacional: 4,03±0,40L.min-1; p<0,05). Quando considerados os valores expressos por unidade de massa corporal, o segundo limiar ventilatório (corredores de nível regional: 50,75±6,23mL.kg-1.min-1; corredores de nível nacional: 57,88±4,64mL.kg-1.min-1; p<0,05) e o volume máximo de oxigênio (corredores de nível regional: 57,33±7,66mL.kg-1.min-1; corredores de nível nacional: 63,39±4,26mL.kg-1.min-1; p<0,05) também diferiram de forma significativa. Conclusão Este estudo destacou a importância de se expressarem variáveis fisiológicas derivadas de protocolos de corrida por unidade de massa corporal. Além disso, o segundo limiar ventilatório pareceu ser o melhor e único indicador de aptidão aeróbica para a diferenciação de corredores de trilha de longa distância, segundo o nível competitivo. O consumo máximo de oxigênio não é especialmente relevante para distinguir os corredores de trilha de longa distância, segundo o nível competitivo.
ABSTRACT Objective To describe and identify the importance of different indicators of the aerobic and anaerobic fitness of male ultra-trail runners according to their level of participation (regional or national). Methods Forty-four male ultra-trail runners were assessed (36.5±7.2 years). They were classified as regional (n=25) and national (n=19). Wingate test was used to assess the anaerobic pathway. A progressive incremental running test was performed and ventilatory thresholds registered, in parallel to heart rate and lactate concentration at the end of the protocol. Comparison between groups was performed using independent samples t-test. Results No significant differences were found between outputs derived from Wingate test. For aerobic fitness, while examining absolute values, differences were uniquely significant for the second ventilatory threshold (ultra-trail regional runners: 3.78±0.32L.min-1; ultra-trail national runners: 4.03±0.40L.min-1 p<0.05). Meantime, when aerobic fitness was expressed per unit of body mass, differences were significant for the second ventilatory threshold (ultra-trail regional runners: 50.75±6.23mL.kg-1.min-1; ultra-trail national runners: 57.88±4.64mL.kg-1.min-1 p<0.05) and also maximum volume of oxygen (ultra-trail regional runners: 57.33±7.66mL.kg-1.min-1; ultra-trail national runners: 63.39±4.26mL.kg-1.min-1 p<0.05). Conclusion This study emphasized the importance of expressing physiological variables derived from running protocols per unit of body mass. Also, the second ventilatory threshold appears to be the best and the only aerobic fitness variable to distinguish between trail runners according to competitive level. Maximal oxygen uptake seems of relative interest to distinguish between long distance runners according to competitive level.