Estudo transversal de base populacional sobre altura de crianças de 12 a 59 meses (n = 2.632) foi realizado em Porto Alegre, Brasil. Usou-se regressão linear multinível para investigar o efeito de condições sócio-econômicas, demográficas, de saúde e dos ambientes físico e social sobre a altura, medida em escores-z do padrão de altura para idade do National Center for Health Statisrics. A área de localização do domicílio foi classificada como bem e mal provida em infra-estrutura habitacional. A altura foi, em média, -0,18 escore-z, estando positivamente associada a escolaridade e qualificação ocupacional dos pais, renda, qualidade de moradia, idade materna, intervalo interpartal e peso de nascimento, e negativamente relacionada a prematuridade, número de menores de cinco anos no domicílio e hospitalização nos dois primeiros anos de vida. O efeito da educação materna foi o dobro nas áreas mal providas em infra-estrutura habitacional. O efeito positivo da qualificação ocupacional dos pais foi evidente apenas nas áreas mal providas. Provavelmente, a área de residência modifica o efeito das condições sócio-econômicas sobre o crescimento. Programas habitacionais e de saneamento são potencialmente úteis para diminuir o efeito de condições sócio-econômicas desfavoráveis sobre o crescimento da criança.
A cross-sectional household survey of height among children under five years of age (n = 2,632) was conducted in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul State, Brazil. Multi-level linear regression was applied to investigate the effect of socioeconomic and demographic factors, physical and social environment, and health conditions on children’s height, measured by the height-for-age z-scores of the National Center for Health Statistics standards. Area of residence (census tract) was classified as good versus poor in terms of housing and sanitation standards. On average, children’s height was -0.18 z-score. Average height increased with maternal and paternal schooling, parents’ work skills, per capita family income, improved housing, maternal age, birth intervals, and birth weight. Height decreased with hospitalization in the first two years of life, number of under-five children in the household, and preterm birth. In the poor residential areas, the effect of maternal schooling was twice as great as in the better-off areas. The effect of parental work skills was only evident in the more deprived areas. Area of residence modified the effects of socioeconomic conditions on children’s growth. Housing and sanitation programs are potentially beneficial to offset the negative effect of social disadvantage on children’s growth.