La creciente restricción presupuestal y los procesos de descentralización que actualmente enfrentan los municipios amenazan la sostenibilidad de los servicios públicos locales. Para superar este problema, las autoridades locales de cada país han venido desarrollando reformas ambiguas que han generado la aparición de diferentes modelos de gobernabilidad. Dado que estos servicios son esenciales para el bienestar de los ciudadanos, es crucial determinar si estos modelos son eficaces y apropiados para lidiar con tales condiciones. Para ofrecer un apoyo adicional a proyectos clave en esta materia, los gobiernos europeos han recurrido a asociaciones público-privadas (APP). Una de las tendencias más visibles y que ha sido muy poco investigada, es la del uso de empresas de capital mixto (APP ya institucionalizadas). A pesar de que esta alternativa puede ser atractiva para ambos sectores (público y privado), sus características particulares se opondrían a los objetivos trazados. Así, este artículo presenta una revisión de la literatura sobre empresas mixtas, abarcando aspectos teóricos, legales y operacionales. Las cuestiones de regulación por contrato también son evaluadas e ilustradas con un estudio de caso en el sector del agua de Portugal. El estudio analiza cómo el municipio maneja la distribución de riesgos y regula el acceso al mercado de inversionistas privados. Al final, se discute la necesidad de una regulación externa y se hacen algunas sugerencias sobre cómo un proceso de constitución de una APP debe manejarse, incluso desde la etapa de licitación.
As crescentes restrições orçamentais e os processos de descentralização que os municípios enfrentam atualmente têm vindo a ameaçar a sustentabilidade dos serviços públicos locais. Para ultrapassar este problema, os decisores locais de cada país desenvolveram reformas ambíguas que levaram ao aparecimento de diferentes modelos de governança. Dado que estes serviços são essenciais para o bem-estar dos cidadãos, é crucial determinar se estes modelos são eficazes e apropriados para lidar com as novas condicionantes. Para alavancar novos projetos, os governos Europeus têm recorrido a parcerias público-privadas (PPPs). Uma das novas tendências, ainda muito pouco investigada, tem sido o uso de empresas de capital misto (PPPs do tipo institucional). Ainda que esta solução possa ser interessante para ambos os setores, público e privado, o modelo apresenta algumas particularidades que podem desvirtuar os objetivos iniciais. Este artigo apresenta uma revisão da literatura sobre empresas mistas, englobando aspetos teóricos, legais e operacionais. As questões da regulação por contrato também são avaliadas e ilustradas com um estudo de caso no setor da água em Portugal. No estudo se analisa a forma como o município lidou com a alocação de riscos e regulou acesso ao mercado dos investidores privados. Por fim, se discute a necessidade de regulação externa e são feitas algumas sugestões sobre como o processo de constituição de uma PPP deve ser gerido desde a fase de concurso público.
The growing budget restrictions and decentralization processes that local governments face nowadays are threatening the sustainability of local public services. To overcome this problem, local decision-makers around the world have been developing ambiguous reforms, leading to various governance models. Since these services are essential for citizens' welfare, it is crucial to determine whether or not these models have been effective and useful to cope with this state of affairs. To offer extra leverage to key projects, the European governments have been resorting to public-private partnerships (PPPs). One of the visible trends, which lacks further research, has been the use of mixed public-private companies (institutionalized PPPs). Although it is recognized that this solution can be interesting for both public and private sides, it has some particular features that can avert the aimed goals. This paper provides a literature review on mixed companies encompassing theoretical, legal and operational aspects. It also focuses on regulation by contract, referring to a particular Portuguese case study in the water sector and explaining how the municipality handled risk allocation and regulated the access to the market of private investors. Finally, it discusses the need for external regulation and makes suggestions on how these processes should be managed right from the bidding stage.
La restriction croissante de budget et les processus de décentralisation affrontés actuellement par les communes menacent la durabilité des services publics locaux, Pour résoudre ce problème, les autorités locales de chaque pays ont développé des reformes ambigües entraînant l'apparition de différents modèles de gouvernance. Étant donné que ces services sont essentiels pour le bien-être des citoyens, il est essentiel de déterminer si ces modèles sont efficaces et appropriés pour affronter de telles conditions. Pour offrir un appui supplémentaire aux projets clefs dans ce domaine, les gouvernements européens ont eu recours à des associations publiques-privées (APP). Une des tendances les plus visibles, sur laquelle très peu de recherches ont été effectuées, consiste en l'utilisation d'entreprises de capital mixte (APP déjà institutionnalisées). Bien que cette alternative soit attractive pour les deux secteurs (public et privé), ses caractéristiques particulières s'opposent aux objectifs proposés. Cet article présente donc une révision des publications concernant les entreprises mixtes, recouvrant les aspects théoriques, légaux et opérationnels. Le thème de la régulation par contrat est également évalué et illustré par une étude de cas dans le secteur de l'eau au Portugal. Cette étude analyse la gestion par la commune de la distribution des risques et du contrôle de l'accès au marché d'investissements privés. Finalement, la nécessité d'une réglementation externe est discutée et certaines propositions sont élaborées concernant la gestion du processus de constitution d'une APP, l'étape d'appel d'offre y compris.