O objetivo desta pesquisa foi analisar a evolução temporal da taxa de mortalidade fetal (TMF) e a contribuição da investigação para a melhoria da definição da causa básica do óbito fetal no Município de São Paulo, Brasil, segundo local de emissão da declaração de óbito. Na abordagem ecológica, analisou-se a tendência da TMF por estrato de peso (< 2.500g e ≥ 2.500g) e óbitos totais no Município de São Paulo entre 2007-2017. Utilizou-se a regressão linear generalizada de Prais-Winsten. No estudo de casos, foram analisadas as causas básicas de óbito fetal de 2012 a 2014, antes e após a investigação, o tempo de conclusão da investigação e a redefinição da causa básica por tipo de atestante. Houve tendência de aumento (1,5% ao ano) da TMF dos óbitos com < 2.500g e de redução (-1,3% ao ano) naqueles com ≥ 2.500g. Os óbitos totais apresentaram tendência estacionária. Entre 2012-2014, cerca de 90% dos óbitos com ≥ 2.500g foram investigados. Após a investigação, houve redefinição da causa básica de morte em 15% dos casos, e a morte fetal não especificada (P95) representou 25% das causas de óbito. A proporção mais elevada de alteração da causa de morte ocorreu nos casos cuja Declaração de Óbito foi emitida pelos serviços de verificação de óbito (17%), ao passo que nos serviços de saúde foi de 10,6%. Concluiu-se que a TMF dos óbitos com ≥ 2.500g apresentou tendência de redução. Houve redefinição significativa das causas básicas, sobretudo naquelas atestadas pelo serviços de verificação de óbito. Entretanto, foi insuficiente para ampliar a proporção de causas de morte que permitissem maior compreensão das condições de mortalidade.
This study aimed to analyze the time trend in stillbirth rate (SBR) and the contribution by investigation to improving the definition of underlying cause of stillbirth in the city of São Paulo, Brazil, according to the place where the death certificate was issued. An ecological approach was used to analyze the trend in SBR by weight stratum (< 2,500g and ≥ 2,500g) and total deaths in the city in 2007-2017. Prais-Winsten generalized linear regression was used. The study of cases analyzed the underlying causes of stillbirth from 2012 to 2014, before and after the investigation, time of conclusion of the investigation, and redefinition of the underlying cause of stillbirths by type of issuer. In deaths with < 2,500g, there was an upward trend in SBR of 1.5% per year and a reduction (-1.3% per year) in stillbirths ≥ 2,500g. Total deaths presented a stable trend. In 2012-2014, 90% of deaths with ≥ 2,500g were investigated. After investigation, the underlying cause of death was redefined in 15% of the deaths, and not otherwise specified stillbirth (P95) represented 25% of the causes of death. The highest proportion of changes in the underlying cause of death occurred in deaths for which the death certificate was issued by the death certification review service (17%), while in health services the proportion was 10.6%. In conclusion, the SBR in deaths with ≥ 2,500g showed a downward trend. There was a significant redefinition of underlying causes, especially in those attested by the death certification review service. However, the redefinition was insufficient to expand the proportion of causes of death that would allow a better understanding of the mortality conditions.
El objetivo de esta investigación fue analizar la evolución temporal de la tasa de mortalidad fetal (TMF) y la contribución de su investigación para la mejora de la definición de la causa básica del óbito fetal en el municipio de São Paulo, Brasil, según el lugar de emisión de la declaración de defunción. Desde una perspectiva ecológica, se analizó la tendencia de la TMF por estrato de peso (< 2.500g y ≥ 2.500g) y fallecimientos totales en el municipio de São Paulo entre 2007-2017. Se utilizó la regresión lineal generalizada de Prais-Winsten. En el estudio de casos se analizaron las causas básicas de óbito fetal de 2012 a 2014, antes y después de la investigación, el tiempo de conclusión de la investigación y la redefinición de la causa básica de los óbitos fetales por tipo de certificado. En las defunciones con < 2.500g, hubo una tendencia de aumento de la TMF de 1,5% al año y de reducción (-1,3% al año) en los óbitos fetales con ≥ 2.500g. Los óbitos totales presentaron tendencia estable. Entre 2012-2014, se investigaron cerca de un 90% de los óbitos con ≥ 2.500g. Tras la investigación, se produjo una redefinición de la causa básica de muerte en un 15% de los óbitos y la muerte fetal no especificada (P95) representó un 25% de las causas de óbito. La proporción más elevada de alteración de la causa de muerte se produjo en los óbitos, cuya declaración de fallecimiento se emitió por parte del servicio de verificación de óbito (17%), mientras que en los servicios de salud fue de un 10,6%. Se concluye que la TMF de los óbitos con ≥ 2.500g presentó una tendencia decreciente. Hubo una redefinición significativa de las causas básicas, sobre todo en aquellas certificadas por el servicio de verificación de óbito. No obstante, esta fue insuficiente para ampliar la proporción de causas de muerte que permitiesen una mayor comprensión de las condiciones de mortalidad.