Pessoas com deficiência foram historicamente segregadas e consideradas incapazes para o trabalho, mas atualmente preconiza-se sua inclusão em uma perspectiva biopsicossocial. Consequentemente, o número de trabalhadores com deficiência aumentou, embora a forma como vivenciam o trabalho ainda seja pouco conhecida. O objetivo deste estudo foi apreender como os trabalhadores com deficiência vivenciam e dão sentido à experiência de trabalho. Foram realizadas 30 entrevistas semiestruturadas. O trabalho apresentou-se como organizador da vida, estruturador da identidade e gerador de prazer e sofrimento, resultando em atitudes resilientes. O prazer mostrou-se relacionado a recompensas pessoais e sociais. O sofrimento associou-se às imposições e apropriações das exigências organizacionais, individualismo, desvalorização e falta de reconhecimento. Trabalhar com uma deficiência revelou-se uma experiência complexa, que envolve a interação entre um corpo com lesões, a subjetividade do trabalhador, a organização do trabalho e a sociedade como um todo.
People with impairments were historically segregated and perceived as unable to work, but their social inclusion has been lately advocated in a biopsychosocial approach. Therefore, the number of workers with impairments has increased, but there is still little knowledge about the way they experience work. The aim of this study was to apprehend how workers with impairments experience and give meaning to their work. Thirty semi-structured interviews were carried out. The meaning of work was related to life organization, identity structuring and pleasure and suffering development, which resulted in resilient attitudes. Pleasure was related to personal and social rewards. Suffering was associated with the imposition and the appropriation of organizational demands, individualism, devaluation and lack of recognition. Working with an impairment proved to be a complex experience that involved the interaction between a body with impairments, the subjectivity of the worker, the work organization and the society as a whole.
Las personas con discapacidad han sido históricamente segregadas y consideradas incapaces de trabajar, pero en la actualidad se recomienda su inclusión en una perspectiva biopsicosocial. En consecuencia, el número de trabajadores con discapacidad ha aumentado, a pesar que la forma como vivencian el trabajo aún es poco conocida. Este estudio trata de comprender cómo estos trabajadores experimentan y dan sentido a la experiencia laboral. Se realizaron 30 entrevistas semi-estructuradas. El trabajo se presenta como organizador de la vida, estructura de la identidad y generador de placer y sufrimiento, lo que resulta en actitudes resilientes. El placer se relaciona con recompensas personales y sociales. El sufrimiento a las exigencias e imposiciones de las organizaciones, individualismo, desvalorización y falta de reconocimiento. Trabajar con una discapacidad ha demostrado ser una experiencia compleja que implica la interacción entre un cuerpo con lesiones, la subjetividad, la organización del trabajo y la sociedad en su conjunto.