Resumo O artigo tematiza o conceito de pathosformel, de Aby Warburg, na leitura do filme “Ato, atalho e vento” (2014), de Marcelo Masagão. Assim como no conhecido “Nós que aqui estamos, por vós esperamos” (1999), Masagão realiza, nessa nova proposta, uma colagem com 143 filmes. Uma característica marcante na montagem de “Ato, atalho e vento” é a aproximação de certos trechos por semelhanças, seja na temática, na forma, ou ainda nos gestos. Assim, temos espécies de sequências que recobrem a repetição de formas carregadas de significados, tais como o ato de “ser fotografado” ou de “fugir”. Seguindo a visão warburguiana, poderíamos notar nessas sequências montadas elementos antropológicos de nossa modernidade através das fórmulas de páthos que os filmes representam e sugerem pelo encadeamento de imagens. Pretendemos, assim, verificar as relações entre gesto, cinema e pathosformel para analisar com rigor teórico o filme de Masagão. Além do repertório teórico de Warburg, serão convocados comentadores que repensam a teoria warburguiana na chave cinematográfica, como Giorgio Agamben, Philippe Alain-Michaud e Georges Didi-Huberman.
Abstract Ato, Atalho e Vento“: pathos formula in history of cinema - The paper thematizes the concept of pathosformel, by Aby Warburg, in the reading of the film Ato, atalho e vento (2014), by Marcelo Masagão. Just as in the known Nós que aqui estamos, por vós esperamos (1999), Masagão makes, in this new proposal, a collage with 143 films. A striking feature in the montage of Ato, atalho e vento is the approximation of certain passages by similarities, whether in thematic, in form, or even in gestures. Thus we have species of sequences that cover the repetition of forms loaded with meanings, such as the act of “being photographed” or “escaping.” Following the Warburgian view, we could note in these sequences anthropological elements of our modernity through the pathos formula that the films represent and suggest by the chain of images. We intend, therefore, to notice the relations between gesture, cinema and pathosformel to analyze with theoretical rigor the film of Masagão. In addition to Warburg’s theoretical repertoire, commentators will be invited to rethink the Warburgian theory in the cinematographic key, such as Giorgio Agamben, Philippe Alain-Michaud and Georges Didi-Huberman.