RACIONAL: A disseminação linfática é significativamente mais prevalente do que a hematogênica no câncer gástrico e assim torna-se importante o tratamento loco-regional, ou seja, a ressecção cirúrgica associada à linfadenectomia, preferencialmente do tipo D2. OBJETIVO: Avaliar a sobrevivência global nos pacientes submetidos à gastrectomia D2 por adenocarcinoma gástrico; determinar os principais fatores prognósticos e definir variáveis que possuam valor prognóstico independente. MÉTODOS: Estudo prospectivo em 125 pacientes submetidos à gastrectomia D2, entre agosto de 1997 e outubro de 2005. A técnica adotada seguiu rigorosamente o protocolo proposto pelo Centro Nacional de Câncer de Tóquio. RESULTADOS: Havia 73 homens e 52 mulheres com idades que variaram de 28 a 84 anos (média de 58,96 ± 14,01). Setenta por cento das lesões situavam-se na porção distal do estômago, 20% eram proximais e 10% ocupavam os três segmentos anatômicos do órgão. Os estádios estavam assim distribuídos: I - 37 casos (29,6%), II - 20 casos (16%), III - 37 casos (29,6%), e IV - 31 casos (24,8%). Realizou-se 87 gastrectomias subtotais e 38 totais. A morbidade total foi de 26,4%, constituindo-se predominantemente de fístulas e complicações pulmonares. A letalidade foi de 9,6%. Após seguimento médio de 48 meses, 68 (54,4%) pacientes tinham falecido, representando sobrevivência global de 45,6%. As análises univariada e multivariada revelaram que: tumores que acometiam grandes segmentos do estômago, lesões que acometiam além da serosa (T3 ou T4), comprometimento neoplásico em mais de sete linfonodos (N2 ou N3), presença de metástases à distância (M1) e o estádio III e IV da doença, estavam relacionados diretamente com pior prognóstico. CONCLUSÃO: Menos da metade dos pacientes encontrava-se vivo após seguimento médio de quatro anos; o estádio TNM isolado constituiu-se no principal fator prognóstico, sendo que a extensão do comprometimento tumoral na câmara gástrica, o estádio da doença, a ocorrência de metástases a distância e principalmente a presença de metástases linfonodais, constituíram-se em variáveis com valor prognóstico independente.
BACKGROUND: Lymphatic spread is more common in gastric cancer than the hematogenic one. Thus, the locoregional dissection type D2 seems to be important. AIM: To evaluate the overall survival after D2 gastrectomy for gastric adenocarcinoma and to determine the most important prognostic factors, including those with independent statistical value. METHODS: Prospective study with 125 patients operated between August 1997 and October 2005. The technique employed followed strictly the protocol of the National Cancer Center - Tokyo. RESULTS: There were 73 men and 52 women with ages ranging 28 to 84 years (mean of 58.96 ± 14.01). Seventy per cent of the lesions were located at the distal portion of the stomach, 20% were proximal and 10% comprised the whole organ. The stage distributions were: I - 37 cases (29.6%), II - 20 cases (16%), III - 37 cases (29.6%), and IV - 31 cases (24.8%). It was performed the amount of 73 subtotal gastrectomies and 52 totals. The morbidity rate was 26.4%, mainly, due to leakage and pulmonary complications. The overall mortality rate was 9.6%. After a mean follow-up of 48 months, 68 (54.4%) patients were dead, representing an overall survival rate of 45.6%. Univariate and multivariate statistical analysis revealed that: tumors comprising the whole stomach, beyond the serosal layer (T3 or T4), with more than seven metastatic lymph nodes (N2 or N3), with distant metastasis (M1), and belonging to the stage III or IV of the disease, were related to a poor prognosis. CONCLUSIONS: Less than a half of the patients were alive after a mean follow-up of almost four years; the TNM stage system was the main prognostic factor, ergo, the extension of the lesions, the stage of the disease, metastatic occurrence and mainly the lymph node involvement were define as an independent prognostic factors.