Resumo O artigo explora a problemática do refúgio e da migração a partir de coordenadas teóricas de caráter interdisciplinar, complementares no aprofundamento do tema. Destaca-se, neste ensaio teórico, a invisibilidade imposta ao sujeito da diáspora mediante a negativa de reconhecer as violentas e dramáticas condições de seu entorno (crise social, crise política, crise econômica etc.), seja ele migrante ou refugiado. Por meio das proposições do psicanalista Sándor Ferenczi sobre o conceito de desmentido e das considerações do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han sobre os mecanismos contemporâneos de proliferação do idêntico, desenvolve-se uma reflexão a respeito de diferentes práticas de indiferença ilustradas no silenciamento e invisibilização da subjetividade migrante. Essa linha argumentativa permite vislumbrar a premência de reconhecer práticas de desumanização ao se deixar à margem o direito de migrantes e refugiados à existência digna. Considera-se essencial para a ruptura com a invisibilidade imposta aos protagonistas das diásporas dar legitimidade a suas narrativas. Conclui-se, portanto, que esse movimento de ruptura por parte do migrante e do refugiado, devido à violência imposta, não decorre do assistencialismo ou da filantropia que lhes são dirigidos; por isso, é imperativo, no campo alteritário, ter reconhecido o legítimo direito a ser acolhido, com hospitalidade e humanidade, pela sociedade da qual faz parte.
Abstract The article explores the problem of refuge and migration based on theoretical coordinates of interdisciplinary character, complementary in the deepening of the theme. In this theoretical essay, the invisibility imposed on the diaspora subject stands out in the face of the refusal to recognize the violent and dramatic conditions of their surroundings (social crisis, political crisis, economic crisis, among others), whether of a migrant or a refugee. From the propositions of the psychoanalyst Sándor Ferenczi on the concept of denial and the considerations of the South Korean philosopher Byung-Chul Han on the contemporary mechanisms of proliferation of the identical, we develop a reflection about the different practices of indifference illustrated in the silencing and invisibility of migrant subjectivity. This line of argument allows us to glimpse the urgency of recognizing dehumanization practices of leaving the right of migrants and refugees to a dignified existence aside. To break with the invisibility imposed on the protagonists of the diasporas, giving legitimacy to the narratives about their stories is considered essential. In conclusion, therefore, this movement of rupture on the part of the migrant and the refugee, due to the imposed violence, does not result from the assistentialism or philanthropy directed at them; thus, in the alteritarian field, having the recognized legitimate right to be welcomed, with hospitality and humanity, by the society of which they are part is imperative.
Resumen El artículo explora la problemática del refugio y de la migración a partir de coordenadas teóricas de carácter interdisciplinario, complementarias en la profundización del tema. En este ensayo teórico se destaca la invisibilidad impuesta al sujeto de la diáspora a través de la negativa a reconocer las condiciones violentas y dramáticas de su entorno (crisis social, crisis política, crisis económica, entre otras crisis), ya sea migrante o refugiado. A través de las proposiciones del psicoanalista Sándor Ferenczi sobre el concepto de desmentida y de las consideraciones del filósofo surcoreano Byung- Chul Han sobre los mecanismos contemporáneos de proliferación de lo idéntico, se desarrolla una reflexión a respecto de las diferentes prácticas de indiferencia ilustradas en el silenciamiento e invisibilidad de la subjetividad migrante. Esta línea de argumentación permite verificar la urgencia de reconocer las prácticas de deshumanización al dejar al margen el derecho de las personas migrantes y refugiadas a una existencia digna. Se considera fundamental, para romper con la invisibilidad impuesta a los protagonistas de las diásporas, dar legitimidad a las narrativas sobre sus historias. Se concluye, por lo tanto, que este movimiento de ruptura, por parte del migrante y del refugiado, por la violencia impuesta, no es resultado del asistencialismo o filantropía que se les dirige; por lo tanto, es imperativo, en el ámbito de la alteridad, que se reconozca su legítimo derecho a ser acogido, con hospitalidad y humanidad por la sociedad de la que forma parte.