A apresentação clínica do corpo estranho orbitário é variável. Traumatismos orbitários com um corpo estranho podem provocar danos estruturais e funcionais graves para os olhos ou o conteúdo orbital. O tratamento e o prognóstico dependem da composição, localização e presença ou não infecção secundária. Objetos metálicos e de vidro são os mais frequentes e bem tolerados, enquanto corpos estranhos orgânicos podem provocar reação inflamatória que leva a sérias complicações. É frequentemente difícil identificar e localizar corpos estranhos orgânicos intraorbitais, apesar de modernos métodos de exames de imagens. Com vista a ilustrar e discutir o diagnóstico e tratamento deste tipo de lesão, este estudo apresenta uma revisão de nove casos de corpos estranhos impactados na região orbital. Os seguintes dados foram coletados: idade, sexo, etiologia, ocorrência de fratura, localização anatômica da fratura, tipo de objeto, sinais e sintomas, tipo de exame de imagem utilizado, abordagem, complicação trans-operatória e a ocorrência de morte. Ferimentos provocados por corpos estranhos na região orbital podem ser tratados pela combinação da suspeita clínica, testes de conhecimentos básicos de diagnóstico, habilidade e experiência do cirurgião. A soma de tais fatores leva à redução do risco de iatrogenia em relação ao risco inerente de retenção intraorbitária de corpo estranho orgânico.
Orbital injuries with a foreign body may result in severe structural and functional damage to the eye or orbital contents. Management and prognosis depend on the composition and location of the foreign body and whether there is secondary infection. Metallic objects and glass are the most frequently encountered and well-tolerated, whereas organic foreign bodies can elicit an inflammatory reaction and lead to serious complications. Despite the modern imaging methods, it is often difficult to identify and locate organic intraorbital foreign bodies. This paper presents a review of nine cases of impacted foreign bodies in the orbital region and discusses the diagnosis and treatment of this kind of injury. The following data were collected: age, gender, etiology of injury, occurrence of fracture, anatomical location of fracture, type of object, signs and symptoms, type of imaging exam used, approach, transoperative complication and occurrence of death. Foreign body injuries in the orbital region can be treated with a combination of clinical suspicion, basic knowledge and diagnostic tests and depend on the skill and experience of the surgeon, thereby decreasing the surgical risk of iatrogenic injury in relation to the inherent risk of retaining an organic intraorbital foreign body.