O objetivo deste estudo foi investigar e comparar as condições de trabalho dos profissionais da saúde indígena no maior Polo Base do Brasil. Trata-se de um estudo transversal realizado com todos os profissionais de saúde (N = 124) do Polo Base de Dourados, Mato Grosso do Sul, em 2020 que realizavam atendimento direto no território, por meio de questionário semiestruturado, com questões sociodemográficas, econômicas e de trabalho. As análises estatísticas foram feitas por teste qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher, com nível de 5% de significância. Os profissionais atuantes nas equipes fixas obtiveram maior frequência em levar trabalho para casa (p = 0,047), e o trabalho no fim de semana atrapalhou o descanso (p = 0,018) em comparação aos de equipes volantes. Os trabalhadores com menor tempo de serviço referiram maior sobrecarga de trabalho (p = 0,022), levar trabalho para casa e trabalhar no fim de semana, enquanto os profissionais com maior tempo de serviço relataram mais acidentes de trabalho (p = 0,004). Os agentes indígenas de saúde (AIS) e de saneamento (AISAN) trabalhavam mais aos finais de semana (p < 0,001) e tiveram mais problemas com usuários do serviço (p = 0,021). Independentemente das categorias estudadas, a maioria dos profissionais apresentou insegurança com vínculo trabalhista (72,5%), carência de plano de cargo e carreira (86,3%), trabalho no fim de semana (78,6%), ocorrência de riscos à saúde (78,6%), acidentes (65%), violências presenciadas (73,2%) e sofridas (54,7%) no ambiente laboral, pagamento atrasado (95,7%) e insatisfação salarial (86,4%). Portanto, tornam-se essenciais mais investimentos e profissionais na saúde indígena para o desenvolvimento de melhores condições de trabalho.
El objetivo de este estudio fue investigar y comparar las condiciones de trabajo de los profesionales de la salud indígena en la mayor Polo Base de Brasil. Se trata de un estudio transversal realizado con todos los profesionales sanitarios (N = 124) del Polo Base de Dourados, Mato Grosso do Sul, en 2020 que realizaban atención directa en el territorio, a través de un cuestionario semiestructurado, con preguntas sociodemográficas, económicas y laborales. Los análisis estadísticos se realizaron mediante la prueba de chi-cuadrado de Pearson o la prueba exacta de Fisher, con un nivel del 5% de significación. Los profesionales actuantes en los equipos fijos obtuvieron una mayor frecuencia en llevarse el trabajo a casa (p = 0,047) y el trabajo en el fin de semana atrajo el descanso (p = 0,018) cuando se comparó con los de equipos volantes. Los trabajadores con menos tiempo de servicio declararon una mayor sobrecarga de trabajo (p = 0,022), llevarse el trabajo a casa y trabajar el fin de semana, mientras que los profesionales con más tiempo de servicio declararon más accidentes laborales (p = 0,004). Los agentes indígenas de salud y saneamiento trabajaron más los fines de semana (p < 0,001) y tuvieron más problemas con los usuarios del servicio (p = 0,021). Independientemente de las categorías estudiadas, la mayoría de los profesionales mostraron inseguridad con el contrato laboral (72,5%), falta de un plan de puesto y carrera (86,3%), trabajo en fin de semana (78,6%), presencia de riesgos para la salud (78,6%), accidentes (65%), violencia presenciada (73,2%) y sufrida (54,7%) en el entorno laboral, retraso en el pago (95,7%) e insatisfacción salarial (86,4%). Por lo tanto, es esencial que se realicen más inversiones y se cuente con más profesionales en el ámbito de la salud indígena para desarrollar mejores condiciones de trabajo.
This study aimed to investigate and to compare the working conditions of Indigenous healthcare professionals in the largest Base Center in Brazil. This is a cross-sectional study conducted with all the healthcare professionals (N = 124) of the Dourados Base Center, Mato Grosso do Sul State, in 2020 who performed direct care in the territory, by a semi-structured questionnaire, with sociodemographic, economic, and work questions. The statistical analyses were performed by Pearson’s chi-square test or Fisher’s exact test, with a 5% significance level. The professionals working in the fixed teams had a higher frequency of taking work home (p = 0.047) and work on the weekend hindered rest (p = 0.018) when compared to the mobile teams. Workers with shorter service time reported higher work overload (p = 0.022), taking work home and working on the weekend, whereas professionals with longer service time reported more work accidents (p = 0.004). indigenous healthcare and sanitation agents worked more on weekends (p < 0.001) and had more problems with service users (p = 0.021). Regardless of the categories studied, most professionals presented insecurity with labor ties (72.5%), lack of job and career plan (86.3%), weekend work (78.6%), occurrence of health risks (78.6%), accidents (65%), witnessed (73.2%) and suffered (54.7%) violence in the work environment, late payment (95.7%), and wage dissatisfaction (86.4%). Therefore, more investments and professionals in Indigenous healthcare become essential for developing better working conditions.