O modelo tradicional de controle da dengue no Brasil elegeu como um dos seus principais eixos estratégicos a participação popular. Na prática, essa estratégia tem se mostrado incapaz de promover o envolvimento e a mudança de comportamento da população, considerados essenciais para o controle dessa endemia. No presente estudo, realizou-se uma revisão integrativa de artigos publicados na literatura científica sobre conhecimentos, atitudes e práticas da população acerca da doença. Esse método foi escolhido porque permite reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre o tema selecionado, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento em relação ao assunto investigado. Conclui-se que há um distanciamento entre as ações governamentais e a realidade da população, a sugerir a necessidade de implantação de uma política de prevenção e controle menos verticalizada, na qual os conhecimentos sociais possam nortear as estratégias de controle da doença de acordo com os interesses, necessidades, desejos e visões de mundo da comunidade. Nesta perspectiva, a população deixa de ser mera espectadora e dependente de ações previamente definidas para ocupar posição privilegiada nesse processo, assegurando a efetividade e a sustentabilidade das ações do programa.
The traditional model for dengue control in Brazil has established that community participation is one of its main strategic pillars. In practice, this strategy has been unable to promote the involvement and behaviour change of the population, which are considered essential to control this endemic disease. In the present study, we carried out an integrative review of articles published in the scientific literature on knowledge, attitudes and practices of the population about the disease. This method was chosen because it allows gathering and synthesizing research findings on the selected theme, thus contributing to enhance knowledge on the investigated subject. We conclude that there is a gap between the government's actions and the population's reality, which suggests the need to implement a less vertical prevention and control policy, in which social knowledge can guide strategies for disease control in accordance with the community's interests, needs, desires and worldviews. In this perspective, the population ceases to be a mere spectator, dependent on previously defined actions, and occupies a prominent position in the process, ensuring the effectiveness and sustainability of the program's activities.