Ipomoea carnea é uma planta tóxica para caprinos e bovinos, que podem desenvolver o hábito de ingeri-la de forma compulsiva. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento ingestivo de caprinos e ovinos habituados e não habituados a ingerir I. carnea. O estudo utilizou três grupos de cinco caprinos (Grupo 1, animais previamente intoxicados pela planta; Grupo 2, controle; Grupo 3, animais adaptados a ingerir a planta fresca) e dois grupos de cinco ovinos (Grupo 4, animais previamente intoxicados pela planta; e Grupo 5, controle). Para o teste, os animais foram introduzidos por 10 minutos, durante 4 dias consecutivos, em uma baia retangular (5x7m), com 4 caixas de alimentação, cada uma com 200g de um alimento diferente (Ipomoea carnea; concentrado comercial; capim verde recém colhido, principalmente Brachiaria spp.; e feno de Cynodon dactylon). A ingestão de concentrado foi significativamente maior (P<0,05) do que o consumo de capim verde, feno e I. carnea. Em um segundo ensaio de 4 dias, em que o concentrado foi substituído por Amorimia septentrionalis recém-colhida, a ingestão de capim verde (Brachiaria spp.) foi significativamente maior (P<0,05) do que o consumo dos outros alimentos. Em nenhuma das duas espécies, houve diferenças no comportamento ingestivo entre animais habituados e não habituados a ingerir I. carnea. Os resultados sugerem que ovinos e caprinos habituados e não habituados a ingerir I. carnea não preferem a planta quando é oferecida com outros alimentos ou forragens, o que sugere que os animais irão evitar a planta e não haverá intoxicação se outras opções de alimentos estão disponíveis.
Ipomoea carnea is a toxic plant that grazing goats and cattle may learn to ingest with repeated exposure. The objective of this study was to evaluate the feeding preferences of experienced and non-experienced (naïve) goats and sheep for I. carnea.The study used 3 groups of 5 goats (Group 1, experienced that were previously poisoned by the plant; group 2, naïve; Group 3, experienced eaters, composed of animals adapted to eat the fresh plant) and 2 groups of sheep (group 4, experienced that were previously poisoned by the plant; and group 5, naïve). For the test, the animals were placed daily for 10 minutes and 4 days in a rectangular stall (5x7m) with 4 feeders, each with 200g of a different food (Ipomoea carnea, commercial concentrate food, recently harvested green grass (mainly Brachiaria spp.), and Cynodon dactylonhay. The intake of concentrate food was significantly higher (P<0.05) than the consumption of green grass, hay and I. carnea. In a second 4 day trial, in which the commercial concentrate food was replaced by freshly harvested Amorimia septentrionalis, the ingestion of green grass (Brachiaria spp.) was significantly higher (P<0.05) than the consumption of other foods. In both trials there was no significant difference in food consumption between eaters and naïve animals. The results suggest that experienced or naïve sheep and goats do not prefer I. carnea when it is offered with other foods or forages, suggesting that animals will avoid the plant and not become poisoned if other food options are available.